São Paulo – O tempo será o fiel da balança no julgamento da chapa Dilma Rousseff/Michel Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE),
que deve começar na próxima terça-feira (4). Isso porque, a depender do
ritmo do processo na corte, o time de ministros que julga o caso pode
ser alterado — e isso deve impactar tanto no teor da sentença quanto nos
tempos da análise da ação.
Ao menos dois magistrados que fazem
parte do tribunal encerram seus mandatos nas próximas semanas: o
ministro Henrique Neves da Silva, que até o próximo dia 16 de abril, e a
ministra Luciana Lóssio, cujo mandato vence em 5 de maio.
Ambos
são representantes da comunidade jurídica. Por isso, cabe ao presidente
da República escolher os sucessores a partir de uma lista tríplice
forjada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Para a cadeira de Neves da Silva, Temer anunciou o hoje ministro substituto Admar Gonzaga Neto, que seria ligado ao PSDB do ministro Gilberto Kassab. Para a vaga de Luciana, a expectativa é que Tarcisio Vieira Carvalho Neto, também ministro suplente, seja o selecionado.
O TSE é composto por sete ministros: três oriundos do STF, dois do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) e dois da advocacia.
Não
há previsão para o final do julgamento, que pode se estender por meses
caso um dos ministros peça vista do processo. Essa é uma hipótese
provável já que o teor do processo e seus efeitos para o país são
complexos.
Para se ter uma ideia, o relatório feito pelo ministro
Herman Benjamin tem 1.086 páginas e foi distribuído para os magistrados
na última segunda-feira, dia 27. Ou seja, a menos que os colegas de
corte de Benjamin sejam hábeis em técnicas de leitura dinâmica, é pouco
provável que todo conteúdo seja analisado por cada um deles até a
próxima terça.
Para Temer, que pode deixar a Presidência se a
chapa for cassada, o melhor dos mundos é que o julgamento se arraste até
o fim de 2018, quando acaba seu mandato.
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