domingo, 16 de abril de 2017

ATENÇÃO PAIS E PROFESSORES: O JOGO DA BALEIA AZUL E A TRAJÉDIA DE MARIA DE FATIMA DE CUIBÁ/MT

 
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A morte da estudante Maria de Fátima da Silva Oliveira, de 16 anos, que morava em Vila Rica, uma pequena cidade a 1.270 km de Cuiabá (MT), lançou luz sobre uma brincadeira que está preocupando os pais: o desafio da Baleia Azul (ou Blue Whale). Trata-se de um suposto jogo de incentivo ao suicídio, que teve origem nas redes sociais russas, em que adolescentes são previamente selecionados para participar de um desafio de 50 dias, cumprindo tarefas diárias que incluem automutilação, sendo a última delas a morte.

Para se ter uma ideia da proporção da brincadeira, só no YouTube são mais de 25 mil vídeos sobre o jogo Baleia Azul. No Facebook há dezenas de grupos fechados sobre o assunto, alguns em português e outros em inglês. Há links de convites para as pessoas entrarem em grupos de WhatsApp. Tudo num mundo paralelo aos olhos dos pais.

Maria de Fátima foi encontrada morta nesta terça-feira(11) dentro de uma represa no bairro Inconfidentes, na região central da cidade. Saiu de casa sozinha, vestindo apenas a roupa do corpo, por volta das 3h15, enquanto pais e irmãos dormiam. Deixou o celular em cima da cama (bloqueado com senha), não levou dinheiro. Antes de entrar na represa para o mergulho sem volta, deixou os chinelos na beira.

A Polícia Civil da cidade abriu inquérito para investigar se a morte da menina está, de fato, relacionada ao jogo que tem tirado o sono de pais de adolescentes nas últimas semanas. De acordo com o delegado André Rigonato, responsável pela investigação, nenhuma hipótese está descartada, mas há fortes indícios de que a jovem tenha se envolvido nesse jogo: ela deixou duas cartas onde falava sobre as regras e a cronologia das ações a serem cumpridas e também apresentava alguns cortes nos braços e coxas.

“A investigação ainda está no começo. Foi feita a perícia no local e  solicitamos exames necroscópico e toxicológico para atestar a causa da morte, para saber se ela não usou nenhum medicamento ou alguma substância. Apreendemos as cartas para análise e o celular da jovem. Pela dinâmica do caso, a princípio, tudo indica que se trata de suicídio”, afirmou.

De acordo com Rigonato, ao menos dois grupos de WhatsApp da cidade estão sendo monitorados pela polícia para tentar identificar quem seriam os “curadores” da brincadeira. Induzir, instigar ou auxiliar o suicídio é crime, com pena prevista de dois a seis anos de prisão. Além disso, a Polícia Militar está preparando uma série de palestras educativas que serão ministradas nas escolas da cidade a partir da semana que vem. O objetivo é orientar os pais e professores a observarem os sinais e prevenir que outros casos aconteçam.
 

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