O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), julgou
inviável o pedido de um advogado do Movimento Brasil Melhor para cassar o
ato da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados que garantiu ao presidente
afastado da Casa Eduardo Cunha (PMDB-RJ) todos os benefícios a que ele
teria direito caso ainda presidisse a Câmara, como residência oficial,
segurança, transporte aéreo e terrestre e equipe a serviço do gabinete
parlamentar. Levantamento feito pelo PSOL estima que o peemedebista
custe cerca de R$ 541 mil mensais aos cofres públicos.
As informações foram divulgadas pelo STF.
Para
Toffoli, o autor não tem legitimidade para fazer o pedido, por meio de
um Mandado de Segurança, e por isso a solicitação não deve ser
analisada. Segundo o entendimento do ministro, não cabe ao advogado,
como cidadão, protocolar contra a decisão da Mesa da Câmara dos
Deputados ou do Senado Federal, para defender “interesse de toda a
coletividade”.
“Nessa perspectiva, a participação popular na
formação da vontade política é assegurada de forma indireta – por meio
de representantes eleitos pelo voto direto e secreto –, ou de forma
direta – plebiscito, referendo e iniciativa popular –, na qual não se
insere a impetração de mandado de segurança individual. Assim, o mandado
de segurança não se coloca como instrumento de fiscalização popular
acerca da atuação de seus representantes, a fim de influenciar na
formação da vontade política de candidatos eleitos”, afirmou Toffoli na
decisão.
O Mandado de Segurança foi apenas uma das medidas
judiciais contra a polêmica decisão da Câmara de conceder os benefícios
ao peemedebista afastado. Nesta quarta-feira, 25, o PSOL protocolou no
Supremo uma reclamação constitucional para suspender os gastos de
dinheiro público com o parlamentar afastado do cargo.
A legenda
alega que a manutenção das prerrogativas do peemedebista é uma afronta e
descumpre a decisão do STF de suspender o seu mandato. A ação ainda
aguarda julgamento no Supremo.
Cunha gastou só com “alimentação e custeio” R$ 29,6 mil desde que foi afastado.
Com
os 16 seguranças da Casa encarregados de zelar pela proteção do
parlamentar afastado são mais R$ 217 mil, além de outros R$ 60,3 mil com
oito vigilantes terceirizados e mais R$ 28,2 mil com a administradora
da residência oficial da presidência da Casa, que é uma servidora
efetiva dos quadros da Câmara.
Nenhum comentário:
Postar um comentário