Os amigos estranharam quando Jaime Damião Mariano Pavel faltou ao compromisso sagrado de toda terça-feira, a pelada num campinho em São João de Meriti(RJ). Mas, em vez de jogar bola, o ex-policial militar, que ganhava ultimamente a vida como taxista, preferiu tentar resolver as pendências em outro campo — o amoroso. Desconfiado de que estava sendo enganado pela mulher, ele seguiu a professora Thaís Santanna quando ela saiu de casa, anteontem, alegando que iria para a faculdade. Viu o momento em que ela entrou no Sherazzade, um motel em Irajá, bem perto do apartamento que o casal dividia. E, apesar de ser descrito como explosivo, teve o sangue-frio de esperar que a traição se concretizasse. Quando Thaís saiu do prédio, acompanhada por Leonardo Cabral, Jaime se aproximou. Estava armado e colérico. Gritou para o rival: “Perdeu! Não corre!” O que ele provavelmente não contava era que o amante de Thaís tinha também uma pistola — Leonardo é policial civil, agente da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core).
Não se sabe quem atirou primeiro. E Thaís não poderá esclarecer como começou o duelo: assim que viu marido e amante frente a frente, a professora tratou de correr para dentro do Sherazzade, de onde só saiu, escoltada por PMs, depois de terminado o tiroteio entre os dois homens, que assustou moradores da região e teve baixas nos dois lados. Atingido na coxa, na mão e na altura da clavícula, Jaime (o marido), de 30 anos, foi socorrido, mas morreu no Hospital Getúlio Vargas. Ferido na cintura, Leonardo (o amante), de 41, foi levado para o mesmo hospital e passou por uma cirurgia. Segundo a Secretaria de Saúde, seu quadro é estável.
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