A Presidência da República confirmou nesta quinta-feira, 19, o
nome de Pedro Parente como o novo presidente da Petrobrás. Parente
aceitou o cargo em reunião com o presidente em exercício Michel Temer
(PMDB) e substituirá Aldemir Bendine, que assumiu o comando da estatal
em fevereiro do ano passado em meio a um escândalo de corrupção. Em
entrevista após a indicação, Parente afirmou que não haverá indicação
política para cargos na Petrobrás.
"Foi uma orientação clara do
presidente Michel Temer. Sou claro e taxativo nesse ponto: não haverá
indicação política na Petrobrás", disse. "Sem indicações políticas,
facilitou muito minha decisão", emendou.Parente citou a intenção de ter
uma diretoria estritamente profissional e disse ainda que terá liberdade
para indicar nomes para os cargos, mas evitou falar em escolhas. "Eu
posso manter e posso tirar diretores. Isso é uma prerrogativa e uma
iniciativa do presidente executivo da Petrobrás", disse o ex-ministro.
Ele
lembrou, no entanto, que a Petrobrás "tem conselho de administração e
diretoria executiva atuantes" e elogiou o trabalho feito por Aldemir
Bendine, a quem substituirá no cargo. Indagado se poderia contar com uma
capitalização do Tesouro para socorrer a companhia, Parente evitou
avançar no assunto, mas alertou: "Quem tem última palavra para
capitalização é acionista controlador, o governo."Segundo ele, a posse
na presidência e a transição feita com Bendine só serão definidas após a
reunião do conselho de administração da companhia, sem data marcada
ainda
Parente, que também é presidente do conselho de
administração da BM&FBovespa, disse que manifestou a Temer o desejo
de continuar no comando da Bolsa, mas que reconhece a possibilidade de
ter que deixar o cargo. "Se houver conflito de interesse obviamente
terei que me afastar. Se não houver conflito eu gostaria de continuar",
disse.
Bendine foi comunicado da confirmação do novo executivo por
Temer nesta tarde. Ambos já tinham conversado em outras ocasiões sobre a
transição, e Bendine chegou a cogitar a renunciar ao cargo para
facilitar o trâmite da mudança.
Currículo. Parente
é atualmente presidente do conselho de administração da
BM&FBovespa. Ele iniciou a carreira no setor público no Banco do
Brasil, em 1971. Dois anos depois, foi transferido para o Banco Central
(BC). Parente foi ainda consultor do Fundo Monetário Internacional (FMI)
e de instituições públicas brasileiras, bem como da Assembleia Nacional
Constituinte, em 1988.
Ele foi ministro durante todo o segundo
mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1999-2002). Ocupou a
Casa Civil até 2001 e, depois, o Planejamento. Após deixar o governo,
de 2003 até 2009 foi vice-presidente Executivo (COO) do Grupo RBS. De
janeiro de 2010 a abril de 2014 presidiu a Bunge Brasil e ainda o
conselho da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) entre 2011 e
2014.
Parente também é membro dos conselhos da SBR-Global e do
Grupo ABC, do qual é presidente, além de ser sócio-diretor do grupo de
empresas Prada de consultoria e assessoria financeira.
Felipe Rau/Estadão
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