As discussões na comissão do
impeachment chegaram ao mais elevado nível de tensão nesta quarta-feira.
Desde o início, a sessão que ouviria os autores da denúncia contra
Dilma Rousseff foi marcada por bate-boca entre os deputados.
Eles
acabaram com os microfones cortados pelo relator: "Isso aqui, com todo
respeito, não é uma Câmara de Vereadores", disse Jovair Arantes
(PTB-GO), antes de chamar o jurista Miguel Reale Júnior para depor.
Arantes não imaginava, porém, que a reunião encerraria com parlamentares
quase protagonizando cenas de pugilato, provocando um empurra-empurra
generalizado que chegou a derrubar cinegrafistas que acompanhavam a
discussão.
A confusão começou
após o presidente do colegiado, deputado Rogério Rosso (PSD-DF),
encerrar os trabalhos da comissão sem que todos os inscritos se
pronunciassem. A iniciativa, para deputados governistas, foi um "golpe"
para impedir a fala daqueles que discordavam dos denunciantes da
presidente da República. Petistas, entre eles o deputado Paulo Teixeira
(SP), dirigiram-se a Rosso com o dedo em riste e aos berros.
Em
seguida, foi a vez dos deputados Ivan Valente (PSOL-SP) e Caio Nárcio
(PSDB-MG) trocarem empurrões e quase chegarem às vias de fato, enquanto
concediam uma entrevista. Os dois tiveram de ser apartados pela
segurança da Câmara. O deputado Henrique Fontana (PT-SP) também entrou
na bagunça e deixou o plenário aos gritos de que não é "bandido". Entre
os espectadores do tumulto, houve espaço até para piada: "Teve golpe.
Literalmente", brincavam. (Marcela Mattos, de Brasília)
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