Ontem: tentativa de agressão à comitiva da OAB |
Em 1992, dirigentes da OAB, presidida por Antônio Lavenère,
e da Associação Brasileira de Imprensa, comandada por Barbosa Lima Sobrinho, entraram
em cortejo na Câmara dos Deputados, onde foram recebidos solenemente pelo
presidente da Casa, Ibsen Pinheiro, a quem entregaram o pedido de impeachment
que resultou no afastamento do presidente Fernando Collor.
"Falta ao denunciado dignidade para o exercício do
cargo de presidente da República”, dizia o texto da OAB ao justificar o pedido.
Os deputados do PT, que liderou a campanha de rua pelo
impeachment, estavam entre os que receberam com maior entusiasmo a delegação.
Há 24 anos, Lavenère entrega o pedido a Ibsem Pinheiro |
Vinte e quatro anos depois, a OAB leva à Câmara o pedido de
impeachment de Dilma, acusada de crimes tão ou mais graves que os atribuídos a Collor.
Entre eles, a manipulação de informações
contábeis e a alteração do Orçamento sem autorização do Congresso, violando
assim a Lei de Responsabilidade Fiscal e a Constituição, o que caracteriza
crime de responsabilidade; obstrução da Justiça com a nomeação de Lula para a
chefia da Casa Civil; desrespeito à isonomia fiscal ao conceder isenção à FIFA
durante a Copa do Mundo à revelia do Congresso. Etc.
A delegação da OAB, formada por dirigentes de 26 das 27
seccionais e seu presidente nacional, Claudio Lamachia, é recebida com
hostilidade por petistas e aliados na entrada da Câmara. Os petistas – vários
deles servidores da Casa e em horário de serviço, portanto – xingam, ameaçam e
só não agridem a delegação graças à intervenção da polícia legislativa, que os
isola da turba.
O pedido foi protocolado. Sem pompa nem circunstância.
O episódio ilustra a mudança de comportamento do PT desde a
cassação de Collor e expõe o que restou ao partido depois de 13 anos de poder.
Treze anos, número do registro eleitoral do PT, marcados pela dilapidação do
Estado pela “organização criminosa” – a definição é de um dos investigadores da
Lava Jato – comandada pelo PT em conluio como o PMDB e PP e participação das
maiores empreiteiras do país. As investigações conduzem solida e aceleradamente
ao chefe da organização: o ex-presidente Lula.
E o que restou ao PT é xingar, ameaçar e agredir, seja
física, seja psicologicamente seus opositores, pois seu brado de guerra – “não
vai ter golpe!” – é uma agressão à verdade, um insulto à Constituição, um
escárnio à Nação.
O PT prometia uma revolução gerencial e ética e destruiu as
bases da economia, afundando o país na recessão, desemprego e inflação, e promoveu
o maior e sistemático saque ao erário -Xingando, ameaçando e agredindo. Xingando,
ameaçando, agredindo: é assim que o PT se despede do poder. Do qual jamais foi
digno.
A mudança também é manifestada por Lavenère, que – simpatizante
da causa petista – acusa o processo de impeachment de Dilma de “golpista” e se
opôs à manifestação da OAB, que lhe confere o título de conselheiro honorário.
Honorário pressupõe honra, dignidade, atributos que Lavenére, ao se associar
aos salteadores da Pátria, demonstra não merecer. E a ABI deixou-se aparelhar
pelo petismo. A desonra do partido contaminou a sociedade. E este é o pior dos
legados do PT.
Postado há Yesterday por JOSE PEDRIALI
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