Josias de Souza destaca que o vice-presidente Michel
Temer e seus seguidores passaram a se guiar por uma máxima atribuída ao
senador paraense Jáder Barbalho: “O fato político, quando ganha pernas,
perde a cabeça.” Por esse prisma, as ruas deram pernas ao impeachment. E
o melhor que Temer tem a fazer no momento é nada. Sob pena de subverter
um outro ditado segundo o qual a política é como fotografia —se mexer
muito não sai.
Temer decidiu impor a si mesmo um prazo: 29 de março. Nesse dia, o
PMDB reúne em Brasília o seu diretório nacional para decidir sobre o
rompimento com o governo. Até lá, o discurso de Temer será aguado. Sua
ação, evasiva. Não quer dar motivos nem para que a oposição o acuse de
indeciso nem para que o governo grude nele a pecha de conspirador.
Um dos integrantes do grupo de Temer se diverte: “No momento, tudo o
que o Michel tem a fazer é se trancar no Jaburu e só sair de lá para
alimentar as emas que passeiam pelo gramado.” Convém desperdiçar um naco
do tempo do vice com rezas e mandingas. Com tantas delações pairando
sobre a Lava Jato, nada impede que uma delas caia sobre o gramado do
Jaburu.
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