O juiz da 13ª Vara Federal do
Paraná, Sérgio Moro, responsável pelos processos da operação Lava Jato,
disse nesta quarta-feira(16), que as conversas telefônicas do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, interceptadas com autorização da Justiça,
indicam tentativa de influenciar autoridades para favorecer Lula.
Em
decisão que tira o sigilo das interceptações telefônicas de Lula, Moro
também justifica o fim do segredo das gravações argumentando que, em uma
democracia, os cidadãos devem saber o que fazem os governantes.
"A
democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que
fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas
sombras", escreveu o magistrado.
"Em
alguns diálogos, fala-se, aparentemente, em tentar influenciar ou obter
auxílio de autoridades do Ministério Público ou da magistratura em
favor do ex-presidente", continuou Moro.
A
divulgação de uma das conversas de Lula, em que a presidente Dilma
Rousseff lhe informa que enviará um emissário com o termo de posse dele
como ministro da Casa Civil para que use "em caso de necessidade",
agravou ainda mais a já frágil situação do governo.
Com
a ida de Lula para a Casa Civil, o ex-presidente fica fora do alcance
de Moro e dos procuradores do Paraná que atuam na Lava Jato, e passa a
ter foro privilegiado junto ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Dilma
já é alvo de um pedido de abertura de processo de impeachment que
tramita na Câmara dos Deputados e, em meio a pior recessão das últimas
décadas e à sua baixa popularidade, também viu milhões de pessoas irem
às ruas no último domingo(13) pedindo seu impedimento ou sua renúncia.
Novas
manifestações pedindo que a presidente renuncie voltaram a acontecer em
várias cidades do Brasil nesta quarta-feira(17) após a nomeação de Lula
para a Casa Civil e a divulgação da conversa telefônica do ex-presidente
com Dilma.
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