Jogado
no ventilador da Odebrecht por um ex-executivo da empreiteira, o
tucanato reagiu à moda petista: reclamou da imprensa.
”O respeito à
verdade é a essência da democracia”, disse Aécio Neves em vídeo, fazendo
pose de vítima da difusão de mentiras.
“A imprensa é instrumento
fundamental da democracia. Usada por quem não é criterioso presta um mau
serviço ao país”, ecoou Fernando Henrique Cardoso, insinuando que
jornalistas deixaram-se usar por inimigos do ninho.
Nesse ritmo, os
grão-tucanos logo incorporarão ao seu linguajar uma expressão da
cartilha companheira: “Imprensa golpista!”
Aos fatos:
Chama-se Benedicto Júnior o responsável pelo desconforto dos tucanos.
Trata-se de um ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura. Hoje,
dedica-se a suar o dedo como delator da Lava Jato. Em depoimento à
Justiça Eleitoral, disse que, a pedido de Aécio Neves, borrifou em
campanhas que interessavam ao PSDB em 2014 a cifra de R$ 9 milhões
— dinheiro de caixa dois, realçou o depoente.
A verba foi assim distribuída:
R$ 6 milhões repartidos entre Antônio
Anastasia, candidato do tucanato mineiro ao Senado; Pimenta da Veiga,
que disputou o governo de Minas pelo PSDB; e Dimas Fabiano Toledo, que
concorreu a uma cadeira na Câmara federal pelo PP mineiro. Os outros R$ 3
milhões, disse Benedito, foram repassados a Paulo Vasconcellos,
marqueteiro da campanha presidencial de Aécio.
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