BRASÍLIA – O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro
Gilmar Mendes, disse nesta terça-feira, 28, que a “tendência” é que seja
julgada na próxima semana a ação que apura se a chapa de Dilma Rousseff
(PT) e Michel Temer (PMDB) cometeu abuso de poder político e econômico
para se reeleger em 2014.
“Não tem ainda a data”, disse Gilmar
Mendes a jornalistas, ao chegar para a sessão da Segunda Turma. Indagado
se seria possível pautar a ação para julgamento já para a próxima
terça-feira, 4, o ministro respondeu: “Vamos ver. Não vou fazer
declaração (sobre o processo).”
O relator da ação, ministro Herman
Benjamin, encaminhou na última segunda-feira, 27, aos outros seis
integrantes da corte eleitoral um relatório final de 1.086 páginas que
resume os principais pontos do processo. Fontes que acompanham as
investigações dão como certo que o relator vai se posicionar a favor da
cassação da chapa Dilma-Temer.
Segundo o Estado apurou, o ritmo
acelerado que Herman Benjamin imprimiu ao processo na sua etapa final
provocou surpresa e causou desconforto entre integrantes da corte.
Um
membro do tribunal criticou reservadamente o prazo de dois dias para as
alegações do Ministério Público, de Dilma, Temer e do PSDB,
considerando-se a complexidade do processo e o volume de informações
coletado com os depoimentos de mais de 50 pessoas.
A defesa de
Dilma pediu ao ministro Herman Benjamin a imediata suspensão do
andamento processual para que seja concedida devolução do prazo de
alegações finais – os defensores da petista queriam um prazo mais
elástico, de cinco dias, ao invés das 48 horas concedidas pelo ministro.
Dentro
do tribunal, também existe a percepção de que a pressa de Herman
Benjamin em liberar a ação para julgamento fará com que os demais
integrantes da corte tenham pouco tempo para estudar o caso em
profundidade, aumentando a possibilidade de algum ministro pedir vista
(mais tempo para análise).
Agenda. O ministro Gilmar Mendes havia programado
inicialmente três viagens internacionais ao longo do mês de abril – para
Boston (Estados Unidos), Portugal e França –, mas já cogita alterações
na agenda caso seja necessário.
Um outro “empecilho” no caminho da
ação é o fato de o mês de abril contar com feriados e tradicionalmente
não serem realizadas sessões no TSE durante a Semana Santa. Gilmar já
sinalizou que, com o processo incluído em pauta, convocará sessões
extraordinárias para julgamento.
Nesta quarta-feira, 29, termina o
prazo para a manifestação final do Ministério Público Eleitoral - a
data do julgamento deverá ser marcada apenas depois de o MPE encaminhar
ao TSE suas alegações finais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário