SÃO PAULO - Com receio de sofrer punições da Justiça Eleitoral, o PT
desistiu de lançar a candidatura de Lula à Presidência da República em
2018 no mês que vem. Petistas defendiam que Lula deveria sentar para
depor diante do juiz Sérgio Moro no próximo dia 3 de maio, no processo
sobre o tríplex do Guarujá na Lava-Jato, já na condição de
pré-candidato. O lançamento deve acontecer entre o fim do ano e o início
de 2018. O presidente do PT, Rui Falcão, disse que a oficialização da
candidatura de Lula ficará para um “momento mais oportuno”.
— Achei que é desnecessário fazer qualquer tipo de lançamento — afirmou Falcão, nesta sexta-feira.
De
acordo com o presidente do PT, o partido pretende buscar apoio à
candidatura de outras forças políticas, o que o lançamento antecipado da
candidatura poderia inibir. Mas o principal receio é que Lula sofra com
multas.
— Dentro da perseguição sistemática que ele é vítima,
nós não queremos dar pretexto a nenhum tipo de acusação forjada de que
ele está se antecipando à campanha eleitoral e a partir daí sofrer
multas - disse o presidente do PT.
Na avaliação de aliados, a
candidatura serviria para inibir o magistrado e ajudaria a mobilizar
militantes em um ato na frente do prédio da Justiça Federal. A condição
de candidato também reforçaria a estratégia de que Lula é alvo de uma
perseguição política porque pretende voltar ao poder.
Durante
seminário nesta sexta-feira promovido pelo PT em São Paulo contra a
Lava-Jato, Lula disse que está sendo acusado de antecipar a campanha de
2018.
— Agora vai começar um outro processo contra mim porque
dizem que estou num processo de antecipação de campanha e tenho que ter a
candidatura vetada.
Lula afirmou que está sendo acusado de ter
feito campanha ao participar de uma inauguração simbólica da
transposição do rio São Francisco, no último domingo na Paraíba, e ao
discursar em ato contra a reforma da Previdência, na Avenida Paulista,
no dia 15 de março.
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