As empresas investigadas na operação Carne Fraca, a JBS, dona da Friboi e da Seara, e a BRF, dona da Sadia e da Perdigão, doaram R$ 104,36 milhões para o PP e o PMDB na campanha de 2014, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Os
dois partidos são investigados no esquema de corrupção que teria como
beneficiários os dois partidos, de acordo com a Polícia Federal.
No total, as duas empresas doaram R$ 393 milhões para 25 legendas nas eleições daquele ano.
Executivos do frigorífico JBS e da empresa BRF Brasil foram detidos e
a Justiça mandou bloquear até R$ 1 bilhão dos investigados. As ordens
judiciais foram expedidas pela 14ª Vara da Justiça Federal de Curitiba,
no Paraná.
De acordo com as investigações, foram encontradas
diversas irregularidades em frigoríficos, como reembalagem de produtos
vencidos, excesso de água, inobservância da temperatura adequada das
câmaras frigoríficas, venda de carne imprópria para o consumo humano e
assinaturas de certificados para exportação fora da sede da empresa e do
MAPA, sem checagem in loco.
Também foi constatado o uso de
produtos cancerígenos em doses altas para ocultar as características que
impediriam o consumo pelo consumidor, de acordo com a Polícia Federal.
Prejuízo
A
Comissão Europeia, braço Executivo da União Europeia, pediu nesta
segunda-feira (20) que as autoridades brasileiras suspendam as empresas
exportadores investigadas pela Polícia Federal.
A China também
confirmou que suspendeu temporariamente desde o domingo (19) as
importações. Medidas semelhantes foram tomadas ainda pelo Chile.
Na sexta-feira, as ações da BRF caíram 7,25% na sexta-feira e os da JBS despencaram 10,59% no mesmo dia.
Críticas à Operação
Nesta segunda-feira, o presidente Michel Temer voltou a minimizar as irregularidades
nos frigoríficos. "Temos cerca de 4.800 plantas de frigoríficos no
Brasil, só três plantas foram interditadas, e além delas mais 18 ou 19
serão investigadas", afirmou durante discurso em evento da Câmara de
Comércio Americana.
No fim de semana, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi criticou a PF por supostos "erros técnicos" cometidos na Operação Carne Fraca.
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