20/01/2017 - Assim como na Gol Mídia empresa suspeita
de ser uma fachada, todo o dinheiro que entrou nas contas da Editora
Gol, outra empresa suspeita, saiu em seguida. O laudo da Polícia Federal
mostra que, entre 2004 e 2016, passou pela empresa de Jonas Suassuna
meio bilhão de reais. Suassuna é ‘dono’ do sítio de Atibaia e do tríplex
do Guarujá. É apontado como laranja de Lula.
Comunicativo e extrovertido, o
empresário Jonas Suassuna, de 57 anos, calou-se desde a revelação de que
é um dos donos do sítio em Atibaia frequentado pelo ex-presidente Lula.
Executivo com atuação em diversos setores — os negócios vão da área
editorial ao setor imobiliário —, Suassuna também tem sócios variados.
Fazem parte da lista, além dos dois filhos Caio e Bianca, um dos filhos
de Lula, Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, e réus em ações judiciais.
Suassuna e Lulinha são sócios na empresa BR4 Participações, e a
relação vai além dos negócios:
o empresário já pagou o aluguel do filho
de Lula em um apartamento nos Jardins, bairro nobre de São Paulo. A
sociedade voltou à tona com o uso do Sítio Santa Bárbara, em Atibaia,
pelo ex-presidente. O juiz Sérgio Moro já autorizou a abertura de
inquérito para apurar se a OAS, a Odebrecht e o pecuarista José Carlos
Bumlai, preso na Operação Lava-Jato, fizeram obras na propriedade.
O principal empreendimento de Suassuna é
o Grupo Gol, focado na edição de conteúdo impresso e digital no
segmento de educação e entretenimento.
A Editora Gol, braço do grupo, firmou contratos com o setor público.
Entre 2006 e 2015, recebeu quase R$ 419 mil da União no ramo de livros
didáticos. Do governo do Rio, foram R$ 8,5 milhões em 2009 e R$ 4,7
milhões em 2004.
Antes de fazer fortuna com o Grupo Gol,
Suassuna comandou a agência de publicidade Zapt. Em 1995, foi eleito
presidente da seção estadual da Associação Brasileira de Agências de
Publicidade e engajou o setor em campanhas como a “Reage, Rio”, que
organizou uma passeata contra a violência. Anos antes, o próprio
empresário fora vítima de um episódio traumático: em 1988, seu filho
mais novo, Caio, então com dois meses, foi sequestrado em casa. O menino
foi encontrado no dia seguinte, abandonado nas proximidades de um
viaduto em São Cristóvão.
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