Entendo
perfeitamente as suspeitas implícitas no pedido do delegado federal
Marcio Adriano Anselmo para que sejam exaustivamente investigadas as
causas do que ele chama de acidente entre aspas com Teori Zavascki.
Inimigo número 1 das teorias da conspiração, sou obrigado a convir
que, neste caso, há abundantes motivos para alimentá-las. A ver:
1 – Sérgio Machado é pescado no telefone implorando a Romero Jucá
para trabalhar pelo impeachment de Dilma. Seria, para Machado, a única
maneira de “estancar a sangria” que a Lava Jato estava provocando e
ainda iria provocar.
2 – O impeachment veio, mas a “sangria” não foi estancada.
3 – Agora, procuradores federais têm informação absolutamente seguras
de que a, digamos, “operação estanca-sangria” continua viva e operante.
4 – O ministro Teori Zavascki era o relator da Lava Jato no Supremo, a
única pessoa habilitada, neste momento, a “estancar a sangria”.
5 – No telefonema de Machado a Jucá, os interlocutores “reconheceram a
impossibilidade de cooptar o ministro”, no relato do sempre brilhante
Bernardo Mello Franco na sexta-feira, 20.
6 – Aí, cai uma avioneta e Zavascki morre.
Morre com ele a Lava Jato? Não necessariamente, porque parte
considerável do trabalho está feita, já havia sido entregue, mas cópias
de A a Z estão com a Procuradoria.
É um trabalho insano: foram 940 depoimentos dos 77 executivos da Odebrecht que entraram no esquema de delação premiada.
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