Vamos
que, apenas por exercício especulativo, o Tribunal Superior Eleitoral
decida mesmo considerar nulo o resultado do segundo turno das eleições
presidenciais de 2014. O mandato de Dilma já foi cassado, restaria o de
Michel Temer. Ainda outro dia ele se declarou pronto para acatar a
decisão. Pela Constituição, o TSE convocaria novas eleições, desde o
primeiro dia deste ano realizadas pelo Congresso. Uma segunda hipótese
seria considerar eleito o segundo colocado naquele ano: Aécio Neves.
Havendo nova eleição, dificilmente o Congresso deixaria de indicar o
novo presidente. É provável que seja Rodrigo Maia, se conseguir
eleger-se para a presidência da Câmara. O diabo é se ele fizer parte da
lista da Odbrecht. Ou qualquer outro deputado ou senador. Nessa
hipótese, se não for obrigatória a eleição de um parlamentar, Fernando
Henrique Cardoso e Nelson Jobim serão candidatos. Se for, haverá que
buscar um deputado ou um senador de ficha limpa. Claro que será
encontrado alguém.
Mas quem? O PMDB é o maior partido nacional, capaz de selecionar um
de seus líderes. Não vai ser fácil, porém, porque todo o seu selecionado
joga no time da Odbrecht. Senão, na Camargo Corrêa ou outra empreiteira
qualquer. O perigo é que no PSDB, os riscos são os mesmos. Aécio Neves,
Geraldo Alckmin, José Serra? Muito possível que também façam parte das
listas. Haverá que buscar um tucano sem mácula, mas onde?
O nó vai sendo dado, sem que ninguém se arrisque a sugerir um
hipotético candidato a governar durante 2017 e 2018. Por conta disso há
quem pretenda deixar as coisas como estão, permanecendo Michel Temer até
o final do mandato.
Por Carlos Chagas
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