O
populismo foi o menor dos males no discurso de posse de Donald Trump. A
promessa de resgatar o povo das garras do establishment já soaria falsa
se fosse feita por qualquer político eleito por um dos grandes partidos
americanos. Na boca de um bilionário que sempre cortejou os poderosos,
ficou ainda mais vazia e irrelevante.
Nunca na história daquele país alguém tirou tanto dinheiro do próprio
bolso para se eleger. Se Trump realmente desprezasse a elite de
Washington, como repetiu tantas vezes para ganhar votos, não teria feito
de tudo para ser aceito no clube.
O que realmente preocupa no novo presidente é a aposta no
nacionalismo e no isolamento. A globalização é um fato da realidade.
Reconhecer seus efeitos negativos é diferente de sugerir que seja
possível revogá-la. A não ser, claro, que Trump se julgue capaz de
desinventar a internet e derrubar as redes que conectam pessoas,
empresas e investidores.
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