Estadão - PEQUIM - O jornal "Global Times", ligado ao Partido Comunista da
China, publicou nesta sexta-feira, 13, um editorial crítico no qual
adverte que se a diplomacia da equipe do presidente eleito dos Estados
Unidos, Donald Trump, prosseguir com seus desafios, ambas as partes
"deveriam pensar em se preparar para um enfrentamento militar".
"Como Trump ainda tem que tomar posse, a China mostrou contenção cada vez que os membros de sua equipe expressaram pontos de vista radicais, mas os EUA não deveriam pensar que Pequim tem medo de suas ameaças", afirmou a publicação, que pertence ao mesmo grupo editorial do "Diário do Povo".
O artigo responde principalmente às alusões que o secretário de Estado designado por Trump, Rex Tillerson, fez durante su audiência de confirmação no Senado na quarta-feira, onde deu a entender que Washington não permitiria que a China tivesse acesso às ilhas do Mar do Sul da China, cuja soberania, total ou em parte, são reivindicada por vários países vizinhos.
"Como Trump ainda tem que tomar posse, a China mostrou contenção cada vez que os membros de sua equipe expressaram pontos de vista radicais, mas os EUA não deveriam pensar que Pequim tem medo de suas ameaças", afirmou a publicação, que pertence ao mesmo grupo editorial do "Diário do Povo".
O artigo responde principalmente às alusões que o secretário de Estado designado por Trump, Rex Tillerson, fez durante su audiência de confirmação no Senado na quarta-feira, onde deu a entender que Washington não permitiria que a China tivesse acesso às ilhas do Mar do Sul da China, cuja soberania, total ou em parte, são reivindicada por vários países vizinhos.
"A menos que Washington planeje lançar uma guerra em grande escala no Mar do Sul da China, qualquer outro método para evitar o acesso chinês a essas ilhas será estúpido", garantiu o "Global Times", que é conhecido por seus pontos de vista belicistas e nacionalistas e cujas duras palavras e editoriais nacionalistas não reflete, necessariamente, políticas chinesas.
O jornal lançou inclusive a hipótese de um conflito atômico, ao assinalar que "Tillerson faria bem em se atualizar sobre estratégias nucleares se quer que uma potência nuclear (em referência à China) se retire de seus próprios territórios".
A China disputa com outros países da região, como as Filipinas e o Vietnã, a soberania de arquipélagos no Mar do Sul da China como as ilhas Spratly e as Paracel, mas esse contencioso esfriou com a chegada de Rodrigo Duterte à presidência filipina, já que ele defende mais diálogo com Pequim e o afastamento de suas relações com Washington.
"Justo no momento em que as Filipinas e o Vietnã tentam melhorar suas relações com a China, as palavras de Tillerson não poderiam ser mais irritantes", opinou o "Global Times", que, ao longo do ano passado, já publicou vários artigos com críticas a Trump.
Em seu comparecimento ao Senado, Tillerson comparou as ações da China nas ilhas disputadas com a anexação russa da Crimeia, e assegurou que o novo governo de Trump, que assumirá a presidência em 20 de janeiro, enviará a Pequim um sinal claro de que deve interromper sua ampliação artificial das ilhotas na região que controla.
No editorial, o "Global Times" afirmou que as palavras de Tillerson, "as mais radicais até agora" que os EUA emitiram na questão do Mar do Sul da China, poderiam ter sido apenas um gesto teatral, para que ele se mostrasse como um político firme em relação a Pequim.
Outro jornal oficial, o "China Daily", também se mostrou condescendente, assinalando que "é melhor não levar a sério as declarações (de Tillerson) porque são uma mistura de inocência, falta de visão, preconceitos e fantasias políticas não realistas".
Se forem colocadas em prática "no mundo real" as ideias do futuro secretário de Estado, acrescentou o China Daily, "isto abriria o caminho para um devastador confronto entre China e Estados Unidos". / EFE e REUTERS
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