sábado, 17 de dezembro de 2016

DILMA CHAMA TEMER DE TRAIDOR E SE IRRITA COM PERGUNTA



A ex-presidente Dilma Rousseff 
  © image/jpeg A ex-presidente Dilma Rousseff 
 
Em entrevista à emissora Al Jazeera, do Catar, divulgada nesta quinta-feira, a ex-presidente Dilma Rousseff definiu Michel Temer como “um presidente ilegítimo”, que a traiu politicamente. A petista teve uma conversa com o jornalista Mehdi Hasan, marcada por momentos de irritação, na qual comentou o processo de impeachment e mencionou a participação do “machismo e da misoginia” em sua saída.

Ao ser questionada sobre sua confiança declarada em Temer no passado, Dilma afirmou que o atual presidente assumiu o cargo através de “um processo baseado em rasgar a Constituição”, transformando “uma votação do Senado em um mecanismo de chegada ao poder”. “As pessoas fazem maus julgamentos”, disse a petista. “Eu jamais imaginei que ele fosse um traidor e ele é um traidor”.
A tensão teve seu ápice na entrevista quando Dilma questionou informações de Hasan, que indicou que seu governo ajudou grandes empresas com o corte de meio bilhão de dólares de impostos, relacionados à Copa do Mundo e à Olimpíada. “Está errado seu dado”, insistiu Dilma. Segundo ela, se tratou de uma política de “incentivo ao investimento”, para que as empresas contratassem mais funcionários ou evitassem demissões.
Acerca do processo de impeachment, Dilma culpou “três forças políticas” por corroborarem para sua queda: “a mídia oligopolista”, “a oposição que nós derrotamos quatro vezes nas urnas” e os “segmentos descontentes do empresariado brasileiro”. Além disso, a ex-presidente disse ter visto um “processo de misoginia e machismo”. “Eu fui transformada em uma mulher dura, extremamente dura”, comentou. “Homem é firme, mulher é dura. Homem é determinado, a mulher é cabeça dura e só faz isso”.

Dilma ainda lembrou o episódio em que foi criticada por supostamente “matar” seu cachorro de 14 anos, antes de deixar o Palácio do Planalto. Segundo ela, a decisão de sacrificar o animal de estimação, que tinha uma doença terminal, foi postergada o máximo possível. “Aí foi dito o seguinte: ‘Ela mata cachorro'”, criticou a petista. “Tem um processo de desumanização sobre mim muito forte”.

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