Lima, 28 dez (EFE).-
O governo do Peru anunciou nesta quarta-feira
que a Odebrecht não poderá voltar a participar de uma licitação no país,
após ter admitido o pagamento de subornos para realizar obras públicas
entre 2005 e 2014.
"No
caso da Odebrecht e outras (empresas) não vão poder participar de novas
licitações sempre e quando tenham existido sanções por atos de
corrupção, ou como neste caso na qual eles mesmos admitiram este tipo de
práticas", indicou Zavala.
Ao ser consultado sobre a situação das
obras em andamento adjudicadas pela Odebrecht, o primeiro-ministro
explicou que "nas obras em execução" vão "assegurar a continuidade do
serviço, enquanto se realizam as investigações correspondentes, (mas)
não vão poder participar de novas licitações".
No Peru, a
Odebrecht pagou US$ 29 milhões em subornos a funcionários entre 2005 e
2014, anos que compreendem os governos de Alejandro Toledo (2001-2006),
Alan García (2006-2011) e Ollanta Humala (2011-2016), segundo se
desprende do acordo assinado pela construtora brasileira com o
Departamento de Justiça de Estados Unidos.
O chefe do gabinete
anunciou, além disso, que foi decidido alocar um orçamento adicional
para as investigações realizadas pela Procuradoria Anticorrupção e pelo
Ministério Público sobre os atos de corrupção cometidos pela Odebrecht
no Peru.
"O presidente (Pedro Pablo Kuczynski) foi claro, vamos
apoiar a investigação em tudo o que for preciso e hoje espero
comunicar-me com a procuradoria para saber quais são os recursos
adicionais" que necessitam, acrescentou Zavala.
Na véspera gerou
controvérsia a declaração de Kuczynski de que "nem tudo da Odebrecht é
corrupto", ao comentar em entrevista o escândalo sobre o pagamento de
subornos no Peru.
A procuradoria peruana tomou vários depoimentos
de ex-ministros integrantes do escritório estatal Proinversión, a cargo
das licitações com investidores estrangeiros, durante o governo de
Toledo (2001-2006) e não descarta convocar os ex-presidentes do Peru,
segundo um comunicado emitido na sexta-feira passada.
A
investigação principal é contra os que resultem responsáveis pelos
delitos de colusão, suborno passivo e suborno ativo genérico na
construção da Estrada Interoceânica e da Usina de Tratamento de Água
Potável de Huachipa, algumas das várias obras adjudicadas pela Odebrecht
no país. EFE
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