Advogado: 'Caixa 2 na chapa confirma abuso de poder'
Ex-assessor do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral e apontado pelas investigações da Operação Calicute como “faz tudo” do peemedebista, o bombeiro Pedro Ramos de Miranda
teve a prisão preventiva pedida pelo Ministério Público Federal à
Justiça nesta segunda-feira. Assim como o ex-chefe, Miranda é réu na
Justiça Federal do Rio por lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e
pertinência a organização criminosa.
Quando a Calicute foi
deflagrada, em novembro, e mesmo após o oferecimento da denúncia, o MPF
havia decidido não pedir a prisão do bombeiro “diante da participação
relevante, porém subalterna na administração da organização criminosa”.
Ramos de Miranda foi conduzido coercitivamente pela Polícia Federal e
depôs aos investigadores.
Os procuradores mudaram de ideia porque,
após quase um mês da deflagração da Operação, o ex-assessor de Cabral
“não foi encontrado para ser citado no endereço por ele indicado em seu
interrogatório na Polícia Federal, além de informações prestadas no
local por vizinhos, que o réu não reside lá a mais de um ano”. Para os
investigadores, há indícios de “fuga ou cometimento de outros crimes,
interferindo diretamente na instrução criminal”.
‘Faz tudo’ de Cabral
Segundo
o Ministério Público Federal, “há provas suficientes nos autos que
mostram que o denunciado Pedro Ramos de Miranda, bombeiro militar, era o
‘faz tudo’ do comandante da Organização Criminosa”, ou seja, Sérgio
Cabral.
Troca de mensagens obtidas pela Operação Calicute, datadas
do dia 2 de julho de 2014, mostra um e-mail enviado por Pedro Ramos de
Miranda a Carlos Bezerra, um dos operadores financeiros de Sérgio
Cabral, com uma lista de pagamentos de cerca de 20.000 reais que
deveriam ser feitos.
A relação registra 10.000 reais para um dos
filhos do ex-governador, João Pedro Cabral, compras de mercado, limpeza e
até triturador de papel para o escritório. A propina bancou também
sessões de massoterapia no Hotel Fasano, em valores que somados
totalizavam nesta lista 760 reais.
Na denúncia oferecida pelos
procuradores e aceita pelo juiz federal Marcelo Bretas, o MPF diz que o
bombeiro-faz tudo também colaborou para a lavagem de 6,5 milhões de
reais “na aquisição de joias de altíssimo valor de mercado”.
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