Notícias ao Minuto O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki autorizou
a quebra do sigilo telefônico do deputado afastado Eduardo Cunha
(PMDB-RJ) nas investigações da Lava Jato, mas rejeitou o afastamento do
segredo telefônico do senador Edison Lobão (PMDB-MA).
As quebras
dos sigilos dos parlamentares foram requeridas pela defesa de Cunha na
ação penal, na qual Cunha é acusado de receber US$ 5 milhões em propina
de contratos de navios-sonda da Petrobras. O deputado foi transformado
em réu e responde pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
O
período do afastamento de sigilo será referente ao dia 18 de setembro
de 2011, no período entre 19 e 21 horas", para tentar buscar dados sobre
a localização de Cunha na época.
A ideia da defesa é desconstruir
a tese de que Cunha pressionou o empresário Julio Camargo a retomar o
pagamento de propina pelo negócio.
Para Teori, não há elementos
que justifiquem a quebra de dados de Lobão. "Não se verifica situação de
imprescindibilidade do afastamento de sigilo de terceiro, senador da
República, que não é investigado nesta ação penal, para "desconstruir
possíveis conjecturas" (fl. 3.037v.) sobre suposta ligação telefônica
narrada em depoimento em colaboração premiada, que, por sua vez, não é
determinante para comprovar os fatos narrados na denúncia", disse o
ministro.
O ministro afirmou ainda que a ausência de dados de
Cunha "não necessariamente exclui a existência dos fatos narrados na
denúncia".
Camargo assinou acordo de delação premiada e afirmou
que deputados aliados do peemedebista apresentaram requerimentos em
comissões da Câmara pedindo informações a autoridades sobre a empresa
Mitsui, prestadora de serviços da Petrobras e com quem Camargo mantinha
negócios.
A Folha de S.Paulo revelou em abril de 2015 que o nome
"dep. Eduardo Cunha" aparece como autor dos arquivos de computador em
que eles foram redigidos.
Ouvido pelos investigadores, Camargo
contou ainda ter desembolsado US$ 5 milhões em suborno para Cunha, por
meio do lobista Fernando Baiano.
Na peça assinada pelos advogados
do deputado afastado, Cunha diz que a quebra dos sigilos telefônicos
dele próprio e de Lobão poderá comprovar que Julio Camargo mentiu em
seus depoimentos.
Camargo relata que, sentindo-se chantageado pelos requerimentos, pediu ajuda a Lobão, à época Ministro das Minas e Energia.
Segundo
o delator, num encontro na Base Aérea do Aeroporto Santos Dumont, no
Rio de Janeiro, o então ministro disse que a estratégia de pressão via
Câmara estava sendo capitaneada por Cunha e que, em seguida, Lobão ligou
para o parlamentar fluminense na frente de Camargo.
"Esse fato é
falso. Justamente por isso o Ministério Público Federal não produziu
nenhuma prova de que tal ligação tenha ocorrido, tendo-se limitado a
pedir a relação de placas que entraram na Base Aérea. A suposta entrada
de pessoas em um local não faz prova do que as pessoas fizeram nesse
local", argumenta a defesa.
Os advogados pedem a violação do sigilo referente ao dia em que o empresário e o senador se encontraram no aeroporto do Rio.
Na
peça, Cunha contesta a versão de que tenha sido o responsável pelos
requerimentos, pede acesso aos depoimentos de todos os delatores que
fizeram-lhe acusações e lista uma série de deputados que integravam sua
tropa de choque para serem ouvidos como testemunhas no processo. Com
informações da Folhapress.
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