Munidos de autocritérios, Dilma e Lula se consideram
as pessoas mais probas que já conheceram. Em maio, Dilma discursou:
“Falam que eu sou uma pessoa dura. Eu não sou uma pessoa dura não. Eu
sou honesta, é diferente!” Em janeiro, Lula já havia se jactado: “Se tem
uma coisa de que me orgulho é que não tem, nesse país, uma viva alma
mais honesta do que eu.” O depoimento de Otávio Marques de Azevedo,
mandachuva da Andrade Gutierrez, ao juiz Sérgio Moro suscitou uma
indagação singela: para que serve a honestidade de Dilma e Lula?
Qualquer pessoa é capaz de testemunhar o conceito extraordinário que
faz de si mesma. Nada mais humano. No entanto, com todo o respeito ao
direito de Dilma e Lula de se autoelogiar, o que sobra no final é um
conjunto de fatos. E os fatos transformam a honestidade presumida da
dupla numa ficção que ajuda a explicar a realidade brasileira —uma
realidade marcada por governos corruptos presididos por pessoas
presunçosas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário