A Secretaria de Comunicação
Social do presidente interino Michel Temer já encomendou um levantamento
sobre os gastos com publicidade e deve rever a política atual, que
distribui recursos a blogs e sites opinativos. Segundo integrantes do
governo, há disposição de mudar o funcionamento de anúncios e
patrocínios e "evitar associação com produtos de opinião, como os
blogs", e se associar mais a "produtos jornalísticos que tenham conteúdo
de interesse público".
Nos
últimos anos, o governo de Dilma Rousseff foi alvo de críticas da
oposição por financiar blogs e outras publicações alternativas alinhados
com o PT. No ano passado, o então ministro da Secom, Thomas Traumann,
foi convocado ao Congresso para esclarecer supostas contratações de
robôs para envio automático de mensagens e financiamentos a blogs
favoráveis ao governo federal. O requerimento se baseou em informações
vazadas em um documento interno da Secom. A alegação do PSDB era de que
os atos da Secom deixavam clara a "inexistência de um fim público".
Ainda
na área de comunicação, mais uma mudança deve ocorrer nos próximos
dias. O presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), o jornalista
Ricardo Melo, será exonerado do cargo e, em sua vaga, deve ser nomeado o
também jornalista Laerte Rimoli.
Dilma
Rousseff nomeou Ricardo Melo a poucos dias da votação do impeachment e,
já na ocasião, interlocutores de Michel Temer afirmaram que esta seria
uma das medidas a serem revistas caso ele assumisse a Presidência. O
mandato para o cargo é de quatro anos, mas o Palácio do Planalto
acredita que a nomeação pode ser revertida.
—
A concepção desse governo para a empresa de comunicação é uma; a de
outro governo será outra — afirmou, na ocasião, um auxiliar de Temer.
O
trabalho mais recente de Rimoli era como diretor de comunicação da
Câmara dos Deputados na gestão do presidente afastado Eduardo Cunha.
Antes, assessorou campanhas presidenciais de Aécio Neves e Geraldo
Alckmin. Durante sua carreira em redações, foi repórter nas sucursais de
Brasília do GLOBO, "Folha de S.Paulo", "Estado de S.Paulo" e "Veja".
Além disso, teve cargos de direção na rádio CBN, TV GLOBO e
Bandeirantes.
Segundo relatos, funcionários da EBC estariam incomodados com orientações para dar tom de "golpe" à cobertura do impeachment.
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