O presidente do PSDB, senador
Aécio Neves (MG), e o líder tucano no Senado, Cássio Cunha Lima,
condenaram a iminente nomeação de Lula para um ministério da presidente
Dilma Rousseff. Enquanto o senador mineiro enfatizou que o partido
buscará “as medidas judiciais cabíveis” para impedir a nomeação do
ex-presidente declarou, Cunha Lima classificou o convite de Dilma a Lula
como um “ato de desespero”, acrescentando que todas as oportunidades ao
governo petido foram “dadas e desperdiçadas”.
Na
semana passada, quando se iniciaram os rumores sobre a chegada de Lula
ao Planalto para tentar se proteger das investigações da Lava-Jato e
tentar contornar a crise política, começaram, o DEM já havia se
pronunciado de maneira semelhante, ameaçando entrar na Justiça contra a
nomeação do ex-presidente.
O
ex-presidente foi convidado por Dilma para assumir uma pasta, mas ainda
não deu uma resposta definitiva. Aliados afirmam que Lula aceitará. Caso
vire ministro, o ex-presidente passa a ter foro privilegiado e os
processos no âmbito da Operação Lava-Jato subirão da 13ª Vara Federal de
Curitiba, comandada pelo juiz Sérgio Moro, para o Supremo Tribunal
Federal (STF). Em texto publicado no Facebook, Aécio disparou contra o
governo
“A ida do
ex-presidente Lula para um ministério reforça a certeza dos brasileiros
de que o governo tem hoje como única preocupação a sua sobrevivência a
qualquer custo. Enquanto o governo se mobiliza apenas em torno dos
interesses do PT, os problemas reais dos brasileiros se avolumam sem
perspectiva de solução. Mais uma vez, o governo serve ao PT e não ao
país. O PSDB está analisando as medidas judiciais cabíveis nesse caso”,
declarou
Cássio Cunha Lima
(PSDB-PB), por sua vez, disse que haverá reação popular e política ao
“ato de desespero” da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula,
ao “entregar-lhe” o governo para que escape de ser investigado pelo
juiz Sérgio Moro na Operação Lava-Jato. O líder tucano disse que não há a
menor hipótese de qualquer tipo de entendimento com a oposição, por
parte de Lula ou Dilma, para apoiar essa saída.
—
Tentam perpetrar o autogolpe. É a primeira vez na História que um
presidente da República encerra seu mandato no exercício do próprio
cargo. Um ato de desespero — condenou Cássio Cunha Lima.
Dilma
e Lula buscam o apoio do PMDB, considerado fundamental para que a
operação de Lula no comando de uma superministério se concretize. Após o
encontro com Lula em sua residência, semana passada, o presidente do
Senado, Renan Calheiros (AL) passou a defender uma fórmula de
semipresidencialismo para a saída da crise, e disse que Lula procuraria
inclusive a oposição. Mas Cássio diz que essa hipótese será rechaçada
pela oposição.
— Todas as
oportunidades a esse governo foram dadas e desperdiçadas, uma após
outra. Agora só existe uma caminho, que é a oficialização da saída de
Dilma do governo — disse Cássio Cunha Lima.
O
líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), afirmou que vai acionar a
Justiça contra a manobra para nomear Lula no governo Dilma .
—
Já estamos com várias iniciativas nesse sentido em andamento e só resta
definir se será uma ação conjunta ou diversas ações questionando a
nomeação — explicou o deputado.
O
assunto será debatido hoje entre parlamentares da oposição. Na
avaliação do deputado, a nomeação de Lula como ministro tem como único
objetivo atrapalhar o andamento da investigação contra ele na Lava-Jato,
que está a cargo do juiz Sérgio Moro na 13ª Vara Federal, em Curitiba.
—
Vai transparecer que, ao contrário do que ele galhofa em seus discursos
e depoimentos, não tem como se explicar e está com medo de ser preso
por determinação do juiz Sérgio Moro — afirmou.
Rubens Bueno disse ainda que a nomeação de Lula vai transformar a presidente Dilma numa espécie de rainha da Inglaterra.
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