Manifestantes invadiram na tarde desta quarta-feira o plenário da
Câmara dos Deputados e provocaram tumulto no local: seguranças e
invasores entraram em confronto. A porta de vidro que dá acesso ao
plenário foi quebrada e a sessão teve de ser interrompida. “Nem eu sei o
que está acontecendo. Não sei o que eles estão reivindicando”, disse
Waldir Maranhão (PP-MA), que presidia a sessão, ao sair visivelmente
assustado do plenário. Ainda restam cerca de quarenta manifestantes no
local – o plenário está isolado. Parte do grupo foi hostilizada ao ser
retirada do plenário aos gritos de “fascistas” e “arruaceiros”. O Salão
Verde também foi esvaziado.
Os manifestantes leram uma pauta
com cerca de 50 itens, segundo o deputado Darcisio Perondi (PMDB-RS). O
plenário da Câmara foi isolado e as negociações para a desocupação
ocorrem sem a presença da imprensa. os Beto Mansur e Lincoln Portela
atuam como negociadores. Na pauta dos manifestantes estão temas como o
fim dos supersalários.
“Somos
contra todos os políticos”, afirmou o manifestante Jeferson Vieira
Alves. Ele nega que o movimento tenha sido articulado com outras
entidades. “Sou uma pessoa sozinha e cansada. O que nós queremos é
acabar com a impunidade e a corrupção no país”.
A
invasão se dá no dia em que a Comissão Especial da Câmara criada para
analisar o pacote anticorrupção se reuniria para votar o texto.
Pouco
antes da ação do grupo, o procurador Deltan Dallangnol, chefe da
força-tarefa da Lava Jato recorrer às redes sociais para denunciar o que
chamou de manobras contra as Dez Medidas propostas pelo Ministério
Público. “Notícias dão conta de que estão acontecendo manobras de
líderes partidários na Câmara para mudar os deputados da Comissão que
votariam a favor das 10 Medidas contra a Corrupção. Isso é um
desrespeito com os mais de 2 milhões de brasileiros que assinaram o
projeto de iniciativa popular. É um desrespeito com os 200 milhões de
brasileiros que querem um processo de discussão e aperfeiçoamento
legítimo no Legislativo – basta dizer que esses deputados ouviram mais
de 100 pessoas. Não é possível simplesmente trocá-los. Sentindo-me
profundamente desrespeitado, como cidadão”, escreveu.
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