O juiz federal Sergio Moro ouve nesta quarta-feira, 30, o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como testemunha de defesa do
ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O petista vai prestar
depoimento por videoconferência, ou seja, não vai ficar frente a frente
com o magistrado da Operação Lava Jato.
O ex-deputado foi preso preventivamente por ordem do juiz federal Sérgio Moro em 19 de outubro, em Brasília.
Eduardo
Cunha arrolou Lula como uma de suas testemunhas na ação penal que
responde perante a 13ª Vara Federal, de Curitiba, sob tutela do juiz
Moro. Na lista de testemunhas também está o presidente Michel Temer
(PMDB), que responderá por escrito questionamentos feitos por Eduardo
Cunha.
Na segunda-feira, 28, o juiz Sérgio Moro vetou 21 das 41
perguntas da defesa do ex-presidente da Câmara ao presidente da
República. Das 21 perguntas proibidas pelo juiz da Lava Jato, 13 foram
consideradas "inapropriadas" pelo magistrado que levou em conta que "não
há qualquer notícia do envolvimento do Exmo. Sr. Presidente da
República nos crimes que constituem objeto desta ação penal".
O
ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha é acusado de ter solicitado e
recebido, entre 2010 e 2011, no exercício de sua função como parlamentar
e em razão dela, vantagem indevida, relacionada à aquisição, pela
Petrobrás de um campo de petróleo em Benin. O ex-presidente da Câmara é
acusado de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão fraudulenta de divisas
pela manutenção de contas secretas na Suíça que teriam recebido propina
do esquema na Petrobrás.
A ação já havia sido aberta pelo Supremo
Tribunal Federal em junho. O processo foi remetido para a primeira
instância em Curitiba, pois Cunha perdeu foro privilegiado desde que foi
cassado pela Câmara, por 450 votos a 10, no dia 12 de setembro. Com
isso, o Supremo remeteu esta ação contra o peemedebista para a Justiça
Federal em Curitiba, sede da Lava Jato.
Lula também é réu em ação penal na 13ª Vara Federal, em Curitiba. O ex-presidente responde por corrupção e lavagem de dinheiro.
O
petista é acusado de receber R$ 3,7 milhões, da OAS, em forma de
benesses, no apartamento tríplex do Edifício Solaris, no Guarujá (SP). O
dinheiro seria propina de contratos da Petrobrás, segundo a
força-tarefa da Operação Lava Jato.
As primeiras audiências do
processo que Lula responde começaram na semana passada e tiveram bate
boca. Moro chegou a suspender as audiências por pelos menos quatro vezes
e advertiu os advogados por "comportamento processual inadequado".
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