terça-feira, 29 de novembro de 2016

VIOLENCIA DE BARRABRAVAS GEROU UM DOS EPISODIOS MAIS REPULSIVOS DA HISTORIA DE PEÑAROL x NACIONAL

 
  © Reprodução Um clássico que sequer aconteceu. 
 
O Nacional x Peñarol registrou um dos episódios mais tristes de seus 116 anos de rivalidade. Após 511 jogos, pela primeira vez o clássico precisou ser suspenso. Fruto da violência que tomou as arquibancadas do Estádio Centenário, concentrada principalmente na tribuna Amsterdã, onde os torcedores aurinegros se reúnem. Por conta de saques, agressões e confrontos com a polícia, a organização da partida preferiu que o pontapé inicial sequer fosse dado.

A bomba começou a estourar durante a entrada dos barrabravas do Peñarol no estádio. Funcionários que trabalhavam nas bilheterias do Centenário foram agredidos por um grupo aurinegros, em setor que sofria com a falta de policiamento. Apenas depois é que a segurança se reforçou, deflagrando os embates nos portões do estádio. Em meio ao enfrentamento, dezenas de garrafas foram atiradas contra os policiais e até mesmo um botijão de gás - que acertou um cachorro policial. O caos permitiu que os vândalos roubassem lanchonetes do Centenário.

Quando a situação já tinha se acalmado no estádio, a poucos minutos antes do apito inicial, 300 homens da tropa de choque chegaram às ruas vizinhas e a tensão com os barrabravas do Peñarol se intensificou. Grupos foram dispersados e novos confrontos aconteceram. Assim, decidiu-se pela suspensão do clássico. Diante do cenário de guerra, os torcedores que já ocupavam as arquibancadas, incluindo os do Nacional, saíram de maneira coordenada pelos policiais, para evitar outros incidentes. Ao todo, 171 pessoas foram detidas, mas apenas uma ainda não foi liberada.

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A violência dos barrabravas do Peñarol não foi casual. A diretoria do clube se recusou a entregar ingressos gratuitos aos grupos, algo sobre o qual havia se comprometido com o Ministério do Interior. Descontentes com a postura, os barras prometeram causar confusão antes e durante o clássico como represália. Apesar de todo o contexto, a inteligência policial não conseguiu realizar a prevenção no Centenário da melhor maneira.

"Pode-se imaginar que esta foi uma das tardes mais tristes para o futebol. O que está claro é que estão acontecendo coisas perigosas que não poderiam acontecer, e faz tempo. Estamos chegando a um limite", declarou Wilmar Valdez, presidente da federação uruguaia. "Tudo isso se passa em um estádio de futebol, mas evidentemente é um tema da sociedade. Como todos sabemos, há elementos externos impedindo que se desfrute do futebol. Hoje foi claro, bastou ver uma tribuna de família, como é a Olímpica, só com 500 ingressos vendidos. É um sinal claro que a gente que quer ver futebol não vem por coisas como as que se passaram hoje".

Ainda se discute qual será o procedimento em relação ao clássico. O Nacional deseja ganhar os pontos por causa dos incidentes cometidos pelos rivais, enquanto o Peñarol prefere realizar o duelo sob portões fechados. Há rumores até sobre a suspensão do campeonato. A federação, no entanto, reitera que pretende terminar a competição antes de se voltar a medidas mais efetivas para melhorar a segurança nos estádios. Como mostrou o episódio, elas são urgentes.

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