segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Fala, Fátima Bezerra!


A doação no valor de R$ 475 mil recebida pela campanha da senadora Fátima Bezerra (PT) em 2014 da Sucocítrico Cutrale Ltda, empresa que compõe o cadastro do Ministério do Trabalho de empregadores que submeteram seus funcionários a condições análogas à de escravidão, é apenas uma das contribuições que levantaram certa suspeita acerca do modo de arrecadação que a petista utiliza em suas campanhas.
Em março, reportagem do Portal Agora RN/Agora Jornal mostrou que a JBS S/A, empresa investigada pela Polícia Federal nas operações Lava Jato e Carne Fraca, destinaram recursos para a campanha da senadora em 2014. Outros candidatos também receberam, mas entre os parlamentares potiguares que concorreram naquele ano, Fátima foi a mais beneficiada com verbas desta natureza.
Naquele pleito, a petista declarou à Justiça Eleitoral ter recebido doações da ordem de R$ 1,165 milhão da JBS S/A. Os repasses aconteceram por meio de três depósitos: R$ 500 mil provindos do Diretório Estadual do PSD e outros dois créditos de R$ 475 mil e R$ 190 mil, oriundos do Diretório Nacional do PT.
Em maio, o diretor de Relações Institucionais e Governo da J&F (holding do grupo JBS), Ricardo Saud, citou em um depoimento de delação premiada que os R$ 500 mil recebidos pela campanha da senadora foram pagamento ilícito disfarçado de doação oficial. Ele apontou que o dinheiro era oriundo da conta de propina do PT e classificou esses recursos de “carimbados”.
De acordo com Saud, o pedido partiu do então tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff (PT) à Presidência, Edinho Silva. “Tudo doação dissimulada, isto era dinheiro de propina”, afimou Ricardo Saud. O dinheiro classificado pelo delator como “carimbado”, foi destinado às candidaturas de Fátima Bezerra, da senadora Angela Portela (PT-RR) e do governador de Minas Gerais Fernando Pimentel. Ricardo diz que tem como comprovar os pedidos de propinas de Edinho a partir de “bilhetinhos” que contém números ao lado do nome de Fátima Bezerra.
Além dessas doações em 2014, outra verba arrecadada por Fátima, mas durante sua campanha à Prefeitura de Natal em 2008, é alvo de suspeita.

AgoraRN

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