De quem é, afinal das contas, a montanha de dinheiro socada pelo
ex-ministro Geddel Vieira Lima na caverna de Ali Babá que instalou num
apartamento alugado de Salvador?
Geddel já está preso há mais de um mês
no presídio da Papuda, em Brasília, logo depois que a Polícia Federal
descobriu e confiscou as 14 malas e caixas atochadas de dinheiro vivo,
num total de 51 milhões reais, que ele tinha enfurnado no seu
esconderijo. Mas até agora ninguém faz a menor ideia de onde veio e para
onde iria um único centavo dessa fortuna, ou quem é de fato o seu dono.
Em quarenta dias de intenso trabalho de investigação (imagina-se que o
trabalho esteja sendo o mais intenso possível, num caso monstruoso como
esse), as nossas autoridades policiais e judiciárias conseguiram, até
agora, apresentar um grande zero para a soma total de seus esforços.
O ex-ministro e seus advogados não disseram até agora uma sílaba
sobre o assunto. Geddel não diz se o dinheiro é dele. Não diz se não é.
Não diz nada – como, aliás, é do seu direito. Ele não é obrigado a
contar coisa nenhuma – a polícia e o Ministério Público, eles sim, é que
têm a obrigação de descobrir o que aconteceu. Tiveram o notável mérito
profissional de achar o covil onde se escondia a dinheirama, sem dúvida.
Também estabeleceram que há impressões digitais de Geddel nas notas
apreendidas – o que não chega, francamente, a ser uma surpresa
espetacular. Mas fora isso não se esclareceu mais nada.
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