É claro que o presidente Michel Temer está sendo vítima de uma conspiração meticulosa e muito bem-sucedida. Todos sabem que os irmãos Joesley e Wesley Batista
eram íntimos e grandes beneficiários do regime petista. Aliás, dava-se
de barato: querem pegar o PT? Então peguem a JBS. A coisa ganhou até
tradução popular. Que jornalista não foi indagado no táxi sobre uma
suposta fazenda de Lulinha, em sociedade com a JBS? Que se saiba, tudo
conversa mole. Nunca houve.
Mas a dupla caiu na rede da Lava Jato. Os irmãos foram assediados
pela força-tarefa. Sabe-se lá com quantas ameaças. Como não devem ter
memória muito limpa do que fizeram nos verões passados, resolveram
“colaborar”. Mas não com uma delação premiada no molde Marcelo
Odebrecht. Não!
Empregou-se a tática aplicada no caso Sérgio Machado, aquele que se
dispôs a gravar peixões da República. Com a mesma generosidade. Em
troca, os filhos de Machado nem processados foram. O criminoso pegou
dois anos e três meses de cadeia em sua mansão, em Fortaleza.
Aos irmãos Batista se ofereceu ainda mais: “Entreguem o presidente da
República, apelando a uma conversa induzida, gravada de forma
clandestina. Façam o mesmo com o principal líder da oposição, e vocês
nem precisarão ficar no Brasil, sentindo o odor dessa pobrada, que vai
pagar o pato. Nós os condenaremos a morar em apartamento de bilionário
em Nova York. Impunidade nunca mais!”
Por Reinaldo Azevedo
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