Em depoimento à Procuradoria-Geral da República no âmbito de sua delação premiada, o empresário Joesley Batista disse que em 2016 chegou a pedir para um preposto do senador Aécio Neves (PSDB-MG) que pelo amor de Deus ele parasse de pedir dinheiro.
“Em 2016, um dia na casa dele ele me pediu 5 milhões e eu não dei.
Logo depois começou (sic) as investigações contra mim e eu chamei aquele
amigo dele, Flávio, e pedi pro Flávio para pedir a ele para, pelo amor
de Deus, parar de me pedir dinheiro”, disse Batista.
A afirmação foi feita quando o empresário passou a descrever
pagamentos feitos por ele ao senador tucano. Joesley iniciou o tópico
“Aécio” descrevendo que conheceu o senador durante a campanha de 2014.
“Fomos o maior doador da campanha dele”, disse
O empresário relatou que já no ano seguinte à eleição, Aécio
continuou pedindo dinheiro com a justificativa de que era para arcar com
dívidas de campanha.
Ele descreveu o repasse de R$ 17 milhões ao senador por meio da
compra superfaturada de um prédio em Belo Horizonte, de propriedade de
um aliado do senador.
“Precisava de R$ 17 milhões e tinha um imóvel que dava para fazer de
conta que valia R$ 17 milhões”, disse.
Segundo o empresário foi Aécio
quem indicou o imóvel.
Questionado por um procurador se tratava-se de um superfaturamento do
imóvel para justificar esse repasse de dinheiro, o empresário disse:
“Sem dúvida. Não estávamos atrás de comprar um prédio em Belo
Horizonte.”
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