O
derretimento político de Michel Temer deflagrou em Brasília um enredo
novo. Os aliados do Planalto passaram a tratar Temer como chefe de um
governo que chegou ao fim com o presidente ainda no cargo. Nesta
terça-feira os caciques governistas se esforçarão para reativar as
votações no Congresso. Mas fazem questão de dissociar a iniciativa da
estratégia concebida por Temer para passar a impressão de que ainda
preside.
“Não devemos deixar o país degringolar em função de uma crise de
governo”, disse Tasso Jereissati, presidente do PSDB. Estamos avaliando a
situação do governo separadamente.” Agripino Maia, presidente do DEM,
ecoou: “Os três poderes precisam funcionar. O Judiciário faz o seu
papel. O Executivo precisa fazer o dele. A nós cabe colocar o
Legislativo em funcionamento. Faremos isso em nome do interesse do país,
que não pode ser paralisado pela crise.”
No momento, os governistas parecem menos preocupados com Temer e mais
ansiosos por encontrar uma saída que os redima do fiasco de ter subido
numa ponte com aparência de pinguela sem ter um plano de contingência. O
Plano A era trocar Dilma Rousseff por Temer e aprovar no
Congresso reformas que reacendessem as fornalhas da economia. Reativado o
PIB, os apologistas do governo seriam os primeiros a se beneficiar
eleitoralmente da volta do crescimento.
(Continuar lendo…)
Nenhum comentário:
Postar um comentário