Ao manter a porta da cadeia aberta para os réus condenados na primeira e na segunda instância do Judiciário, o Supremo Tribunal Federal estreitou o horizonte de ex-poderosos como Lula. Submetido aos rigores jurisdicionais de Sérgio Moro, o morubixaba do PT será recolhido a um presídio se eventual sentença condenatória do juiz da Lava Jato for confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Nessa hipótese, mesmo que recorra aos tribunais de Brasília, o ex-presidente da República terá de aguardar atrás das grades o desfecho da apelação.
A presença de Lula no caldeirão da Lava Jato dá uma ideia do caráter histórico da decisão tomada pelo Supremo nesta quarta-feira, 5 de outubro de 2016. Em fevereiro, por um placar de 7 a 4, os ministros da Corte Suprema haviam decidido que pessoas condenadas na segunda instância deveriam cumprir pena imediatamente, sem prejuízo dos recursos. A OAB e o obscuro Partido Ecológico Nacional recorreram. A turma da Lava Jato esfregou as mãos.
Em nova decisão majoritária —6 X 5— o Supremo manteve o entendimento anterior. Fez isso um dia depois da divulgação de dois despachos estratégicos do ministro Teori Zavascki. Num, o relator da Lava Jato indeferiu recurso em que Lula pedia que os três processos que correm contra ele em Curitiba subissem para Brasília. Noutro, Teori remeteu para Moro a ação penal sobre o dinheiro sujo entesourado na Suíça por Eduardo Cunha, agora um deputado cassado, sem o escudo da imunidade parlamentar. Assim como Lula, Cunha também ficou mais próximo do xadrez.
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