Os senadores Lobão Filho (PMDB-MA) e Gleisi Hoffmann (PT-PR),
investigados na Operação Lava-Jato, utilizaram os serviços de
contrainteligência da polícia legislativa do Senado para rastrear
eventuais escutas em imóveis particulares, segundo investigação da
Operação Métis, deflagrada na manhã desta sexta-feira.
Quatro
policiais do Senado, responsáveis pela varredura, foram presos sob
suspeita de obstruir a Operação Lava-Jato. “A deliberada utilização de
um equipamento sofisticado, de propriedade do Senado Federal, utilizando
recursos públicos, passagens aéreas custeadas pelo Erário e servidores
concursados, em escritórios ou residências particulares, não possui
outro objetivo senão o de embaraçar a investigação de infração penal que
envolve organização criminosa”, diz um documento da investigação.
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O
inquérito foi instaurado a partir de uma delação premiada feita por um
policial legislativo. O colaborador revelou que em ao menos quatro
ocasiões foram utilizados equipamentos do Senado e recursos públicos
para fazer varreduras em imóveis funcionais e particulares de três
senadores e um ex-parlamentar, alvos da Lava-Jato. O objetivo era fazer
uma operação de contrainteligência. Em pelo menos duas ocasiões, os
servidores se deslocaram para as cidades de São Luis, no Maranhão, e
Curitiba, no Paraná.
Ao todo, a PF cumpriu nove mandados
judiciais, todos em Brasília, sendo quatro de prisão temporária e cinco
de busca e apreensão, um deles nas dependências da Polícia do Senado. Os
mandados foram expedidos pela 10º Vara Federal do Distrito Federal.
De
acordo com a PF, foram obtidas provas de que o grupo, liderado pelo
diretor da Polícia do Senado, tinha a finalidade de criar embaraços às
ações investigativas envolvendo três senadores e um ex-parlamentar.
Durante uma operação de busca e apreensão na residência da senadora
Gleisi Hoffmann, o diretor da Polícia do Senado ordenou que os policiais
da Casa intimidassem agentes da Polícia Federal, que cumpriam ordem
judicial.
Os investigados responderão pelos crimes de associação
criminosa armada, corrupção privilegiada e embaraço à investigação de
infração penal que envolva organização criminosa.
O nome da operação faz referência à Deusa da proteção, com a capacidade de antever acontecimentos.
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