Ao adiar a votação da reforma da Previdência para
fevereiro, o governo ganha mais tempo para buscar os votos que ainda não
tem. A princípio, isso parece dar uma sobrevida à reforma.
No entanto, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o
relator do texto, o deputado federal Arthur Maia (PPS-BA), começaram
ontem a negociar uma concessão que privilegia os servidores públicos,
especialmente os magistrados e integrantes do Ministério Público que
ingressaram nas suas carreiras até 2003 e fazem lobby para se aposentar
com o valor do último salário recebido, a chamada integralidade, e com
direito aos mesmos reajustes dos servidores que continuarem na ativa, a
dita paridade.
É um tremendo privilégio no Brasil. Não se conhece algo desse tipo em
nenhum país civilizado que tenha um sistema de aposentadoria justo. A
reforma da Previdência corre risco de se tornar mais injusta do ponto de
vista social.
Será, portanto, mais difícil aprová-la num ano eleitoral.
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