O ex-presidente Lula passou de todos os limites nesta semana. Em apenas uma fala e incorreu em pelo menos três grandes absurdos. Vejamos:
Absurdo 1:
Mesmo depois de toda repercussão negativa de suas declarações em favor de Sarney, diferenciando os cidadãos comuns dos políticos perante a lei, o ex-presidente não só reafirmou as declarações anteriores, como “aconselhou” os procuradores a “ter cuidado com as ‘biografias’ dos investigados”.
Mesmo depois de toda repercussão negativa de suas declarações em favor de Sarney, diferenciando os cidadãos comuns dos políticos perante a lei, o ex-presidente não só reafirmou as declarações anteriores, como “aconselhou” os procuradores a “ter cuidado com as ‘biografias’ dos investigados”.
Absurdo 2:
O ex-presidente tentou intimidar os procuradores lembrando que existe no Senado um projeto que pode “castrar” poderes do Ministério Público. Lula se refere ao projeto do Dep. Paulo Maluf (já aprovado na Câmara) que impede o MP de investigar casos em que haja “perseguição política”.
O ex-presidente tentou intimidar os procuradores lembrando que existe no Senado um projeto que pode “castrar” poderes do Ministério Público. Lula se refere ao projeto do Dep. Paulo Maluf (já aprovado na Câmara) que impede o MP de investigar casos em que haja “perseguição política”.
Absurdo 3:
Esquecendo mais uma vez o seu passado quando fazia o maior estardalhaço quando surgia qualquer caso de corrupção, o presidente voltou a criticar eventuais “pirotecnias” que venham a ocorrer nas investigações do Ministério Público. Quem te viu, quem te vê!
Esquecendo mais uma vez o seu passado quando fazia o maior estardalhaço quando surgia qualquer caso de corrupção, o presidente voltou a criticar eventuais “pirotecnias” que venham a ocorrer nas investigações do Ministério Público. Quem te viu, quem te vê!
As declarações do ex-presidente cada vez mais enfáticas em relação ao presidente do Senado José Sarney mostram o quanto ele está inflado por sua popularidade. Certamente ele calcula que tal apoio a Sarney vai lhe custar um ou dois pontos a menos de popularidade, porém nada que atrapalhe seu projeto de eleger sua sucessora em 2010 e voltar em 2014 ainda mais poderoso. O presidente, aliás, já adquiriu “know-how” em colocar panos quentes em escândalos. Desde o episódio do Mensalão, quando demonstrou ficar bastante abatido nos primeiros momentos, o presidente reforçou seus comícios entre as classes menos informadas e nunca mais esboçou um só gesto de remorso ou tristeza diante dos descalabros da política (sobretudo do seu partido e familiares).
Em outras palavras, o presidente está se lixando para a opinião pública, pois sabe que conta com o apoio incondicional dos milhões de assistidos pelo Bolsa Família, dos movimentos sociais que recebem recursos do governo, como o MST e o MSLT, além de setores corporativos do serviço público (que ganharam expressivos aumentos nos últimos meses) e até entre uma parcela dos estudantes representados pela UNE, que também recebem recursos do Governo Federal.
Outra aposta do presidente é jogar uma cortina de fumaça sobre os escândalos, polarizando cada vez mais a disputa eleitoral, a exemplo de seu amigo Hugo Chaves, que quase levou a Venezuela a uma guerra civil. Atribuindo às denúncias sobre Sarney a uma “campanha midiática”contra as chamadas “forças populares” do seu governo, o presidente inflama os ânimos dos seus eleitores que passam a defendê-lo incondicionalmente, mesmo quando pesam contra ele desvios éticos, como os apontados acima.
Alguns tentam justificar as infelizes declarações do presidente com a importância do apoio do PMDB para manter a “governabilidade” e para garantir a eleição de sua sucessora nas próximas eleições. Partindo para o contra-ataque, o bloco governista tenta mostrar casos semelhantes de corrupção no governo FHC, aumentando ainda mais a sensação de corrupção generalizada entre os eleitores um pouco mais informados.
Tal sensação, no entanto, ao invés de provocar uma indignação generalizada, tem provocado também inércia cada vez maior na sociedade, pois a conclusão mais comum disso tudo é a de que “políticos são todos corruptos” e/ou “os partidos são farinha do mesmo saco”. Daí a mais infeliz das conclusões: “corrupto por corrupto, fico com o que rouba mas faz”. A ironia da frase é que ela ficou famosa nas eleições do ex-governador de São Paulo, Paulo Maluf, conhecido por suas mil picaretagens. Ou seja, Lula está a cada dia mais parecido com Maluf, deixando o pior legado que poderia deixar para uma nação: a desilusão política, pois a esperança que se tinha de que o PT era um partido ético se desfez.
Para ver as primeiras declarações do Presidente sobre Sarney, clique aqui.
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