A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado aprovou nesta quarta-feira (4) regras para a demissão de servidor público estável por ‘insuficiência de desempenho’.
A regra é aplicável a todos os Poderes, nos níveis federal, estadual e municipal.
Pelo
texto, o desempenho funcional dos servidores deverá ser apurado
anualmente por uma comissão avaliadora e levar em conta, entre outros
fatores, a produtividade e a qualidade do serviço. O servidor terá
direito ao contraditório e à ampla defesa.
De acordo com o texto
aprovado, o servidor correrá o risco de ser demitido quando obtiver
conceito N (não atendimento) nas duas últimas avaliações ou não alcançar
o conceito P (atendimento parcial) na média das cinco últimas
avaliações. O servidor poderá pedir reconsideração ao setor de recurso
humanos dentro de dez dias de sua divulgação. A resposta terá de ser
dada no mesmo prazo.
Ainda haverá a possibilidade de recorrer da
decisão de negar, total ou parcialmente, o pedido de reconsideração.
Essa a possibilidade só será aberta ao servidor que tiver recebido
conceito P ou N.
Esgotadas todas essas etapas, o servidor estável
ameaçado de demissão ainda terá prazo de 15 dias para apresentar suas
alegações finais à autoridade máxima da instituição onde trabalha. O
substitutivo deixa claro também que a insuficiência de desempenho
relacionada a problemas de saúde e psicossociais poderá dar causa à
demissão, mas apenas se a falta de colaboração do servidor no
cumprimento das ações de melhoria de seu desempenho não decorrer
exclusivamente dessas circunstâncias.
Em seu parecer, o senador
Lasier Martins (PSD-RS), relator do projeto, transferiu a
responsabilidade da avaliação do chefe imediato para uma comissão. Ao
justificar sua opção, Lasier disse que nem sempre o chefe imediato é um
servidor estável, mas sim um comissionado sem vínculo efetivo com a
administração pública.
Ele também levou em consideração o temor de
entidades representativas dos servidores de deixar exclusivamente a
cargo da chefia imediata uma avaliação que pode levar à exoneração de
servidor estável.A matéria ainda passará por três comissões, a começar pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS).
(Com Agência Senado)
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