As temidas e mortais superbactérias, que resistem aos mais fortes
antibióticos, poderiam ser controladas por uma espécie de planta
encontrada em abundância no Brasil: a Aroeira-vermelha (ou Schinus terebinthifolius ).
O
extrato da frutinha vermelha é usado, há séculos, por curandeiros
indígenas da floresta Amazônica para tratar de doenças da pele. Ao
estudar a cultura medicinal dos índios, pesquisadores descobriram que a
planta tem propriedades que podem combater infecções letais e frear a
multiplicação de superbactérias dentro do organismo.
Os
antibióticos tradicionais atacam e matam as bactérias nocivas. Mas essa
ação está se tornando cada vez mais ineficaz, porque os patógenos estão
aprendendo a sobreviver a esse ataque. Já os compostos da aroeira
funcionam de uma forma mais inteligente, desarmando as bactérias – e não
destruindo.
A explicação, segundo os cientistas da Emory University,
em Atlanta, seria a de que as propriedades da planta reprimem o gene
que permite que as células perigosas se comuniquem entre si,
interrompendo a infecção. Essa alternativa também reduziria as chances
das bactérias de desenvolverem resistência.
Publicado na revista Scientific Reports
, o novo estudo mostra que os compostos da planta foram utilizados para
tratar, com sucesso, as lesões cutâneas de ratos infectados com
superbactérias.
A aroeira-vermelha (também conhecida como
peppertree), é uma espécie nativa da América do Sul, mas também pode ser
encontrada na Flórida, no Alabama, na Geórgia, no Texas e na
Califórnia. Também é considerada uma erva daninha com uma composição
química poderosa. “As plantas persistentes têm uma vantagem química em
seus ecossistemas, o que pode ajudar a protegê-los de doenças para que
possam se espalhar mais facilmente em um novo ambiente”, explicou
Cassandra Quave, professora de Biologia da Universidade Emory, ao Telegraph.
Se surtir o mesmo efeito em humanos, a descoberta pode trazer um alívio para a comunidade médica. No ano passado, um relatório da AMR (Antimicrobial
Resistance) previa que o problema das superbactérias poderia causar 10
milhões de morte em todo o mundo em 2050, levando a medicina de volta à
idade das trevas, com medicamentos comuns para prevenir infecções após
as cirurgias.
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