Em um trecho do áudio em que o empresário Joesley Batista, da JBS,
grava a si próprio, ele dá a entender que não contou tudo o que sabia
durante os depoimentos válidos pelo acordo de delação premiada. Na
conversa, ele dialoga com Ricardo Saud, que também integra o grupo de executivos da empresa de carnes.
Joesley afirma que não poderia delatar
todos os políticos de uma vez só. Ele vai depor sobre estes novos áudios
na próxima sexta-feira (7/8), na Procuradoria-Geral da República. “Não
dá pra chegar lá e falar de 200 políticos. Não podemos chegar falando do
Temer e o car… Assim o MP vai achar que eles são fod…E nós vamos dizer
que chegando lá eles moeram nós [sic] e nós não tivemos outra opção”,
afirma o delator.
Em nota, enviada ontem pela assessoria
da empresa, os executivos alegam que não falaram a verdade na conversa.
Eles dizem que as declarações “não tem nenhum compromisso com a
verdade.”
Nesta segunda-feira (4/9), em uma
entrevista coletiva, o procurador-geral da República Rodrigo Janot
afirmou que gravações obtidas pelo Ministério Público indicam que os
delatores da JBS, maior produtora de proteína animal do mundo, omitiram
informações durante depoimentos de delação premiada. De acordo com
Janot, os indícios de omissão, que podem levar à anulação da delação do
dono da JBS e do executivo da empresa Ricardo Saud, estão em uma
gravação feita, sem querer, pelo próprio Joesley.
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