O recesso parlamentar costuma ser um período pacato e escasso em
termos de notícias políticas e econômicas. Mesmo assim, o governo de
Michel Temer conseguiu a proeza de gerar uma agenda negativa para o
presidente com o aumento de imposto sobre os combustíveis.
Era o que Temer menos precisava agora. Logo depois do anúncio da
medida, ele declarou, em viagem a Mendoza, que a população “irá
compreender” a decisão. Veio com o blá-blá-blá de que ela será
fundamental para cumprir a meta fiscal.
Temer deveria ter a coragem de admitir que a crise política em que o
governo se meteu tem grande parcela de culpa na redução de receita e no
consequente reajuste de tributo.
Conforme mostrou a Folha no sábado (22), são R$ 6,1
bilhões a menos com a desconfiguração do novo Refis, o fiasco do
programa de desoneração da folha de pagamento, entre outras coisas que
dependem do Congresso. Sem falar da reforma da Previdência, que empacou
após o escândalo das revelações da JBS. Sua aprovação na Câmara estava
prevista para junho – logo depois, seguiria para o Senado. Se o
cronograma tivesse sido mantido, certamente seria outra a expectativa de
rombo nas contas públicas e a de aumento de imposto no curto prazo.
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