VEJA.com O presidente do Supremo Tribunal
Federal (STF), Ricardo Lewandowski, enviou nesta quinta-feira um ofício
ao juiz Sergio Moro pedindo esclarecimentos sobre a sua decisão de ter
autorizado e retirado o sigilo das conversas gravadas do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva com autoridades que têm foro privilegiado. A
decisão dá um prazo de 48 horas para que o juiz federal que conduz a
Lava Jato em primeira instância, em Curitiba, se manifeste.
A
ação é derivada de uma reclamação protocolada pela defesa de Lula, na
terça-feira, que contesta o uso dos grampos, alegando que houve
usurpação de competência da parte de Moro. A ação se refere
especificamente aos diálogos de Lula com o senador Lindbergh Farias
(PT-RJ), os deputados José Guimarães (PT-CE), Paulo Teixeira (PT-SP),
Wadih Damous (PT-RJ) e o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU)
José Múcio Monteiro. Outras autoridades que detinham foro na época
também aparecem nos grampos, como os então ministros Jaques Wagner (Casa
Civil), Edinho Silva (Comunicação Social) e Nelson Barbosa (Fazenda).
"Mostra-se
de rigor a concessão da medida liminar para que este Supremo Tribunal
Federal avoque, novamente, todos os procedimentos conexos ao pedido de
quebra de sigilo (...) suspendendo-se, por consequência, o curso de tais
procedimentos relacionados, bem como de quaisquer outros munidos com o
conteúdo das interceptações em tela", disseram os advogados.
Segundo
a assessoria do STF, o pedido de informações é uma prática comum em
processos do gênero e é uma forma de conceder amplo direito ao
contraditório. O relator de todos os processos relacionados à Lava Jato é
o ministro Teori Zavascki. Mas, como a corte está em período de férias
coletivas, quem fica encarregado das questões que chegam ao tribunal é o
ministro de plantão - no caso, Lewandowski.
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Além
do recurso ao STF, os advogados de Lula apresentaram, na terça-feira,
em Curitiba, um recurso conhecido como exceção de suspeição, alegando
que Moro praticou "atos arbitrários" ao determinar a condução coercitiva
do ex-presidente para prestar depoimento, em março.
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