O Supremo Tribunal Federal (STF)
vai decidir nesta quinta-feira se afasta o deputado Eduardo Cunha
(PMDB-RJ) da presidência da Câmara. A tendência é que, mesmo que ele
fique no cargo, a corte impeça o parlamentar de assumir a presidência da
República em caso de vacância. Se a presidente Dilma Rousseff for
afastada na próxima semana, no processo de impeachment, o vice, Michel
Temer, ocupará o posto. Cunha será o próximo substituto, em caso de
ausência de Temer, segundo a linha sucessória prevista na Constituição
Federal. Mas a Constituição proíbe réu em ação penal de ser presidente
da República.
A decisão será
tomada em uma ação proposta pela Rede na terça-feira. O partido pede que
Eduardo Cunha seja afastado da presidência da Câmara, por conta do
empecilho de manter o parlamentar que é réu na linha sucessória.
Alternativamente, a Rede pede a proibição de que réus em ação penal
ocupem qualquer cargo que esteja na linha sucessória presidencial, o que
também se aplica a Cunha.
Um
dos argumentos usados pela Rede para votar contra o impeachment de
Dilma na Câmara foi o fato de Cunha passar ao primeiro posto na linha
sucessória caso o afastamento da presidente se confirme no Senado.
Na
linha sucessória, o próximo depois de Cunha é o presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL), que responde a onze inquéritos no STF, mas
ainda não é réu, porque não foi aberta ação penal contra ele. Essa
situação pode mudar, no entanto. Das investigações, nove são no âmbito
da Lava-Jato. Há uma na Operação Zelotes e outra que investiga se uma
empreiteira pagou as contas de Mônica Veloso, com quem o senador tem uma
filha. Há também um outro pedido de abertura de inquérito, por
suspeitas de que Renan adulterou seu patrimônio para tentar explicar
operações financeiras no episódio Mônica Veloso, mas a investigação não
foi formalmente aberta.
Agência O Globo
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