sexta-feira, 29 de abril de 2016

SERÁ QUE ELE GANHA DE NOVO? TEORI VAI ANALISAR SE CUNHA PODE ASSUMIR PRESIDENCIA DA REPUBLICA

COMO ELE CONSEGUE SE SAIR VITORIOSO EM QUASE TUDO. HÁ ALGO POR TRAZ

BRASÍLIA - O ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, afirmou que vai levar para a discussão sobre o pedido de afastamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o fato de o peemedebista ser réu na Corte e poder vir a ser o primeiro na linha sucessória da Presidência da República caso haja o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

"Esse assunto precisa ser examinado. Eu vou levar (ao plenário)", disse nesta quinta-feira, 28.

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, afirmou ao Valor que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), poderá assumir a presidência do País, mesmo sendo réu na Operação Lava Jato.

"Enquanto [Cunha estiver apenas] denunciado, não há esse impedimento. Se condenado, claro [que há]. Inclusive porque há perda de funções. Mas há outras pessoas que já tiveram denúncias recebidas do STF e continuam exercendo o mandato", disse o ministro, na terça-feira (5), no no 7º Congresso de Pesquisa de Mercado e Opinião Pública, em São Paulo, segundo o Valor."

Teori Zavascki, relator da operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF)  
© Fornecido por Estadão 
Teori Zavascki, relator da operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF)
Esse é um debate que tem surgido no meio jurídico, já que Cunha é réu em uma ação penal no STF e a Constituição diz que o presidente da República não pode exercer o cargo caso responda a processo no tribunal.

Partidos que são contra a permanência de Cunha no cargo, como o PSB, já avisaram que vão entrar com ações no Supremo para tentar garantir que o peemedebista não assuma a Presidência da República num eventual governo do hoje vice-presidente Michel Temer, mesmo que interinamente. Isso pode acontecer, por exemplo, se Temer decidir viajar para o exterior.

Processo parado. A saída de Cunha da presidência da Câmara foi pedida em dezembro do ano passado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Desde então, o processo está parado no STF. Nesta quinta, o ministro voltou a repetir que ainda está analisando quando vai pautar o assunto para ser julgado pelo plenário da Corte.

Começa a circular pelo tribunal que Teori poderia liberar o caso para a pauta em breve, possivelmente após a definição do impeachment de Dilma no Senado. Questionado se havia um "clima" mais favorável para colocar a matéria em votação, o ministro-relator ironizou: "Deu uma esfriadinha aqui em Brasília", afirmou.



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