COMO ELE CONSEGUE SE SAIR VITORIOSO EM QUASE TUDO. HÁ ALGO POR TRAZ
BRASÍLIA - O ministro Teori Zavascki, relator da
Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, afirmou que vai levar
para a discussão sobre o pedido de afastamento do presidente da Câmara,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o fato de o peemedebista ser réu na Corte e
poder vir a ser o primeiro na linha sucessória da Presidência da
República caso haja o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
"Esse assunto precisa ser examinado. Eu vou levar (ao plenário)", disse nesta quinta-feira, 28.
O ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, afirmou ao Valor que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), poderá assumir a presidência do País, mesmo sendo réu na Operação Lava Jato.
"Esse assunto precisa ser examinado. Eu vou levar (ao plenário)", disse nesta quinta-feira, 28.
O ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, afirmou ao Valor que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), poderá assumir a presidência do País, mesmo sendo réu na Operação Lava Jato.
"Enquanto [Cunha estiver apenas] denunciado, não há esse impedimento. Se condenado, claro [que há]. Inclusive porque há perda de funções. Mas há outras pessoas que já tiveram denúncias recebidas do STF e continuam exercendo o mandato", disse o ministro, na terça-feira (5), no no 7º Congresso de Pesquisa de Mercado e Opinião Pública, em São Paulo, segundo o Valor."
Esse é um debate que tem surgido no meio jurídico, já que Cunha é réu
em uma ação penal no STF e a Constituição diz que o presidente da
República não pode exercer o cargo caso responda a processo no tribunal.
Partidos que são contra a permanência de Cunha no cargo, como o PSB, já avisaram que vão entrar com ações no Supremo para tentar garantir que o peemedebista não assuma a Presidência da República num eventual governo do hoje vice-presidente Michel Temer, mesmo que interinamente. Isso pode acontecer, por exemplo, se Temer decidir viajar para o exterior.
Processo parado. A saída de Cunha da presidência da Câmara foi pedida em dezembro do ano passado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Desde então, o processo está parado no STF. Nesta quinta, o ministro voltou a repetir que ainda está analisando quando vai pautar o assunto para ser julgado pelo plenário da Corte.
Começa a circular pelo tribunal que Teori poderia liberar o caso para a pauta em breve, possivelmente após a definição do impeachment de Dilma no Senado. Questionado se havia um "clima" mais favorável para colocar a matéria em votação, o ministro-relator ironizou: "Deu uma esfriadinha aqui em Brasília", afirmou.
Estadão - WILTON JUNIOR|ESTADÃO
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