PAULO – Quem dá o impeachment da presidente Dilma Rousseff
como fato consumado pode ter uma surpresa na votação do pedido pelo
plenário da Câmara neste domingo (17). Após perder aliados durante toda a
semana, o governo finalmente registrou uma reação nesta sexta-feira
(15), com a mudança de posição de alguns deputados. E mais: bastariam 12
abstenções, dentre 513 parlamentares, para Dilma derrubar o processo,
ainda que por uma margem mínima.
A estimativa é da Pulso Público,
consultoria de análise política. Com base nas últimas notícias, o melhor
cenário da Pulso é que os votos contrários ao impeachment chegarão a,
no máximo, 170. Ou seja, dois a menos que o necessário para barrá-lo. No
cenário intermediário, o total baixa para 160 defensores.
O
elemento decisivo seria, portanto, quantos deputados optariam por faltar
a votação para não se comprometer com nenhum dos lados. O único exemplo
à mão é a votação, em 1992, do impedimento de Fernando Collor de Mello.
Naquele episódio, 5% dos parlamentares se abstiveram. Trata-se de uma
taxa de ausência bem inferior aos 20% de taxa média de outras votações
que requerem maioria qualificada na Câmara.
Se esse percentual de
5% de abstenções se mantiver no domingo, corresponderá a 25 deputados.
Assumindo que essas faltas afetem por igual tanto os pró-impeachment,
quanto os aliados de Dilma, significaria 12,5 votos a menos para cada
grupo. Mas, quando se soma essa dúzia de abstenções aos 170 votos do
melhor cenário da Pulso, ou mesmo ao cenário intermediário de 160 votos,
o total obtido indica que a presidente poderá se salvar, ainda que por
uma estreitíssima margem.
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