A Alesat, quarto maior grupo de distribuição de
combustíveis do Brasil, cuja aquisição pela rival maior Ipiranga foi
bloqueada pelo Cade nesta quarta-feira, está avaliando a melhor forma
para acelerar sua expansão no país, incluindo trazer um sócio para
ajudá-la a reduzir a distância que a separa das rivais.
O presidente-executivo e acionista Marcelo Alecrim
disse à Reuters nesta quarta-feira que a decisão do órgão de defesa da
concorrência “foi uma surpresa” e que o posicionamento unânime do Cade
contra a operação inviabiliza uma aliança da Alesat com qualquer outra
das três maiores distribuidoras de combustíveis do Brasil – Petrobras
(SA:PETR4), Ipiranga e Raízen.
“Com as três maiores nem pensar, seria repetir a mesma matéria sabendo quem é o professor”, disse.
“A palavra vender está proibida agora na empresa. A abordagem da
Ipiranga era muito boa para ambas as partes…Temos vários alvos pela
frente. Com juros baixando, linhas de crédito melhorando no país e a
gente em condições financeiras boas, vamos para a frente.”
Alecrim afirmou que anos antes da aceitação dos acionistas da Alesat à
oferta de 2,17 bilhões de reais feita pela Ipiranga, do grupo Ultrapar
(SA:UGPA3), a companhia manteve discussões com a francesa Total e com a
norte-americana Bunge.
A Alesat, que é controlada em partes iguais pelo grupo mineiro Asamar
e por uma holding de Alecrim, havia aceitado a oferta da Ipiranga há
cerca de um ano e aguardava desde então pelo posicionamento do Cade.
“Podemos discutir parcerias, mas não é uma prioridade agora”, disse Alecrim.
A Alesat tem faturamento anual de 12,5 bilhões de reais e pode
considerar emitir dívida no mercado local para financiar expansão,
afirmou Alecrim, acrescentando que a empresa tem em caixa cerca de 300
milhões de reais.
Segundo o executivo, o perfil da Alesat é de aquisições e lembrou de
compras das redes de postos da Repsol (MC:REP) e Polipetro em 2008.
“A empresa tem muito o que crescer. Tivemos a negativa do Cade, mas
temos só 4 por cento do mercado. Somos consolidadores”, acrescentou.
Da Reuters
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