Para alguns seria só um “muro”, mas para muitos
outros o legado deixado pelo governo do Partido dos Trabalhadores para a
Universidade Federal Rural do Semi-árido (UFERSA) vai bem além de uns
quilômetros de tijolos e concreto.
Fundada em 1967, a Escola Superior de Agricultura
de Mossoró (ESAM) ganhou título de universidade federal em 2005,
transformando-se em Ufersa. E, assim como as instituições de ensino
superior espalhadas pelo País, passou por um grande investimento com as
políticas de expansão da educação superior desenvolvidas pelos governos
Lula e Dilma.
“Foi quando ela tomou realmente dimensão de
Universidade: de ter uma universalidade do conhecimento, política de
ingresso e de permanência e de ter o incentivo à pesquisa, ensino e
extensão de qualidade”, conta o docente da instituição Daniel Valença.
Segundo dados do Mapa do Ensino Superior no
Brasil de 2015, durante os 13 anos dos governos do PT, o número de
matrículas no ensino superior aumentou 129%, tanto em instituições
públicas quanto em privadas. Em 2000, havia quase 2,7 milhões de
estudantes cursando uma graduação. Em 2013, o número saltou para 6,2
milhões, ou seja, 3,5 milhões de estudantes a mais.
Entre os anos de 2002 e 2014, foram criadas 18
universidades federais e 173 campi implementados pelo Brasil. Como
reflexo, 887 mil estudantes matricularam-se em instituições públicas em
2000, contra 1,8 milhão em 2013.
Mas esses números também são visivelmente
presentes na Ufersa em Mossoró. Enquanto a Esam possuía apenas 1 campus
com 04 cursos (Agronomia, Medicina Veterinária, Engenharia Agrícola e
Ambiental e Zootecnia), a Ufersa expandiu para 04 campus (Mossoró,
Caraúbas, Angicos e Pau dos Ferros) com oferta de 45 cursos de
graduação.
Hoje, a Ufersa é considerada a melhor
universidade do interior Norte-Nordeste, a 32ª no ranking das
universidades do Brasil e é avaliada com conceito 4 pelo Ministério da
Educação (MEC). Outro orgulho desta “gigante” da educação superior é ter
o curso de Direito, criado em 2010, como o quinto melhor entre os 1.100
existentes no País.
A advogada Thariny Lira salienta que a política
de permanência da instituição foi preponderante para sua vida acadêmica.
“As políticas de permanência foram essenciais para a minha continuidade
e conclusão do curso. Sou ex-residente da Vila Acadêmica da Ufersa,
beneficiária do restaurante universitário, garantidos pelo recurso do
Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) ”.
Para o professor Valença, a transformação mais
profunda da Ufersa é a social, onde a médio-longo prazo ela vai permitir
a inserção da região do semiárido em um outro patamar de
desenvolvimento com acesso a médicos, professores, advogados filhos da
própria terra.
“Acredito que o principal diferencial da Ufersa é
possibilitar que a universidade tenha uma composição social pautada na
diversidade. Enquanto na minha época, os cursos de Direito tinham, em
sua maioria, egressos que eram de classe média ou alta, hoje, nos bancos
da Ufersa encontramos outra realidade com pessoas das mais variadas
classes e de municípios de todo o estado e também do Brasil. Mostra a
possibilidade que o filho de pais trabalhadores rurais finalmente tem
acesso à universidade pública e de qualidade”, completou.
Recentemente, a Ufersa inaugurou uma Usina Solar,
projeto de 2014, sendo o maior parque de energia solar entre as
universidades federais brasileiras e que rendeu o prêmio no Concurso de
Inovação da Escola Nacional de Administração Pública (ENAP).
Nenhum comentário:
Postar um comentário