Não se fala noutra coisa. A corrupção generalizou-se de tal forma no
Brasil que ficou impossível mudar de assunto. Pode-se, no máximo, mudar
de corrupto. Pela primeira vez desde a chegada das caravelas, a
gatunagem é combatida em toda sua latitude. E a plateia, que morria de
passividade, passou a viver uma epidemia de cólera, desnorteando as
autoridades.
Uma característica curiosa da corrupção era observada nos partidos
políticos. O corrupto estava sempre nas outras legendas. Agora, ele está
em toda parte. Outro traço marcante era que, guiando-se por algum
autocritério, todos os políticos eram probos. Hoje, são honestos apenas
até a próxima delação. O suor do dedo respinga em todos —de vermelhos a
bicudos. Não se salvam nem os mortos.
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