Os
assuntos em debate são da maior importância para o futuro de todos nós:
reforma política, reforma da Previdência, reforma trabalhista. Mas,
para quem os debate, o futuro de todos nós não tem a menor importância:
Suas Excelências só querem saber o que é bom para suas carreiras. Até
que acertem o deles, fingem que debatem o que precisaria ser debatido a
sério.
A reforma política deve buscar um sistema de governo que funcione,
uma campanha eleitoral mais barata, uma representação mais autêntica.
Para que o Governo funcione, é preciso ter menos partidos – mas enquanto
houver abundância de dinheiro público à disposição, mais partidos serão
criados. Fala-se numa campanha eleitoral mais barata, única maneira de
evitar que os candidatos sejam reféns de seus doadores de campanha; e se
imagina o tal “distritão”, que exigirá campanhas mais caras que as
atuais, já que os políticos de agora entram na disputa com tremenda
vantagem. E nem se pensa em representação mais autêntica – nada que
dificulte a vida, por exemplo, de um exibicionista que tatua nos ombros
seu puxa-saquismo.
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