HuffPost Brasil - O presidente Michel Temer levou o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes,
na comitiva a Lisboa para acompanhar o velório do ex-presidente e
ex-primeiro ministro de Portugal Mário Soares, que morreu no sábado (7)
aos 92 anos. O magistrado, apesar de ter viajado, não foi ao
compromisso.
Também embarcaram para a capital portuguesa na tarde desta segunda-feira (9) o ex-presidente José Sarney e o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. Todos voltam para o Brasil na madrugada desta terça-feira (10).
Oficialmente, Mendes foi convidado por ser titular da Justiça Eleitoral do País. Ao jornal O Estado de São Paulo,
contudo, ele afirmou que "no TSE, estamos conversando com todo mundo,
organizando seminários, discutindo reforma política, conversando sobre
reformas institucionais para o Brasil". Ele também negou conflito de
interesses na viagem.
De acordo com sua assessoria, o ministro sentiu um mal estar e desistiu de ir à cerimônia fúnebre.
O
TSE julga neste semestre o processo que pode resultar na cassação do
mandato de Temer. As ações impugnadas pelo PSDB acusam a chapa do
peemedebista com Dilma Rousseff de abuso de poder político e econômico.
O processo é baseado em informações da Operação Lava Jato
sobre supostas propinas que abasteceram a campanha de 2014. De acordo
com o PSDB, o total gasto pela chapa foi superior ao informado à Justiça
Eleitoral e foram recebidas doações oficiais de empreiteiras
contratadas pela Petrobrás como parte da distribuição de propinas.
Em
dezembro, a Polícia Federal fez buscas e apreensões em gráficas que
prestaram serviços para a campanha. A operação foi autorizada após o
Ministério Público Eleitoral (MPE) encontrar "fortes traços de fraude e
desvio de recursos" ao analisar as informações colhidas com a quebra do
sigilo bancário das gráficas contratadas pela chapa.
A Odebrecht
relatou, em delação, que a campanha recebeu dinheiro de caixa 2. Pelo
menos uma doação não declarada teria sido de aproximadamente R$ 30
milhões, de acordo com delatores da empreiteira.
Mendes chegou a afirmar, na época, que caixa 2 não é necessariamente crime de corrupção.
“O
caixa 2 não revela per se (em si mesmo) a corrupção, então temos de
tomar todo esse cuidado. A simples doação por caixa 2 não significa a
priori propina ou corrupção, assim como a simples doação supostamente
legal não significa algo regular”, afirmou em balanço de fim de ano.
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